Após um periodo de quase 2 meses de luta para conseguir patrocinio, finalmente chega o dia da partida.
A luta foi grande (acho que o desgaste atrás da grana foi maior do que o da viagem)
Mas, apesar de tudo e com a ajuda da Serralheria Novo Sol (que era de minha propriedade e agora pertence ao meu irmão Carlos), da Runner Motos (do meu amigo Davi) da Gelinho (representada pelo Cláudio, um cara muito gente fina que apoia muitas atividades esportivas e culturais na Baixada Santista) e da Bike Club que me forneceu os equipamentos para a bike (computador, peças de reposição, capacete e pneus) Contei ainda com o apoio do vereador Fausto Lopes que por sinal é o mais popular da zona Noroeste em Santos e com certeza será reeleito.
Inicio: 24/04/96 Saida de São Vicente
1º Dia
Após alguns contratempos de ultima hora, e após uma noite de despedidas finalmente ponho os pés na estrada (aliás os pés não, os pneus)
Começei a viagem com algumas horas de atraso e isso me prejudicou bastante pois havia planejado pedalar o primeiro dia direto até Boiçucanga e o sol estava forte demais.
Pedalei justamente no horário de sol à pique, isso provoca um desgaste muito grande.
Depois de 1:30 hs + ou – de viagem cheguei ao Km 32 onde parei para tomar um banho na bica ali existente. Na saida aproveitei prá fotografar a ultima visão que eu teria da Baixada Santista http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254046472357 (vou sentir saudades)
6 Km adiante eu chegaria à Caiubura, um local muito aconchegante que costumo usar como ponto de descanso sempre que vou até Bertioga. Lá descansei por cerca de meia hora e aproveitei prá visitar o canto do Seo Airton (popular Jacaré), um amigo de muitos anos que resolveu deixar a cidade grande e fundar seu próprio “condominio”.
Já eram 12:40 hs, após fotografar com tres futuros bikers (Thais, Jéssica e Vanderlei) voltei para a estrada. Cheguei à Boiçucanga por volta de 15:15 hs sem maiores problemas a não ser o calor escaldante.
Fui logo me instalando na casa do casal de amigos Seo Antonio e dona Rosete que gentilmente cederam as chaves da casa. Esta casa me traz boas recordações de férias passadas.
Depois de uma rápida refeição, deitei-me afim de assistir o jogo Brasil e Africa do Sul (que susto hein torcida brasileira)
Estava cansado e resolvi não sair mais de casa até o dia seguinte.
Ficha Técnica
Velocidade média: 22,10 km/h
Velocidade máxima: 65,00 km/h
Percurso total: 112,50 km/h
Tempo de percurso: 5:10 hs
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
2º Dia
2º Dia
Depois de uma boa noite de sono, acordei as 6:15 hs e fui logo prá cozinha onde devorei meio litro de leite, um sanduiche de pão de batata caseiro e deliciosas fatias de queijo. A sobremesa: duas bananas gentilmente oferecidas pela verdureira. O sol já estava forte e o céu sem uma nuvem sequer, prometia mais um dia daqueles. Fui até a praia afim de ver o movimento, acabei sentando na areia prá escrever um pouco. Acabei conhecendo a Cida, uma garota local que acabou tirando uma foto minha http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254046422332 . Ela havia visto a reportagem da TV Tribuna e me reconheceu.
Sai de Boiçucanga as 13:21 hs após ter almoçado um bom prato de macarrão.
O sol a esta altura já estava fortíssimo e eu já sabia o que iria enfrentar dali por diante.
Além do paredão de Maresias http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254046430060 (uma subidinha de 5 km com uma inclinação terrível), eu teria ainda pela frente mais de 30 KM de subidas e descidas.
A serra entre Boiçucanga e Maresias era o primeiro desafio da viagem.
Alguns amigos duvidavam de mim quando dizia que que subia essa serra pedalando. Agora eu posso afirmar com convicção que isso é mais do que possivel, pois além do horário, ainda havia na bagagem mais ou menos 20 KG de peso extra.
Transpus a subida em 42 minutos, a uma velocidade média de 5 KM/H (quase parando). A descida (Ah ! a descida) não deu nem prá sentir, foi tão rápida, ao chegar lá embaixo verifiquei a máxima alcançada , 64,8 Km/h (achei pouco).
Parei logo em seguida prá visitar uma amiga, a Duda, agora casada com um sortudo de nome Tim.
Ela estava grávida de 7 meses do Mateus (provavelmente vou conhecê-lo na volta). Tiramos uma foto juntos e nos despedimos com a promessa de uma nova visita na volta.
O percurso até Caraguatatuba, foi o que se esperava, muito calor, muita subida, muita descida, mas em compensação toda a beleza do nosso litoral para se deliciar.
No Km 22 deste percurso, uma linda cachoeira de mais ou menos 50 mts de altura me chamou a atenção http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254046437469 . Tentei fotografar a bike com a cachoeira inteira juntas mas não foi possivel, era muita altura.
Tomei aquele banho para recuperar as energias e fui em frente. Ah, um aviso, o banho nessa cachoeira pode ser perigoso devido as pedras que rolam junto com a água (dizem que já morreu gente ali).
Cheguei em Caraguatatuba no final da tarde indo direto à casa do Luiz e da Rose onde fui muito bem recebido , com direito a cafezinho e bolo. Peguei as chaves da casa do “seo” Paulo onde pernoitei.
Neste percurso tive os dois primeiros problemas técnicos, o alforge (mochila própria para se adaptar na bike) abriu o bico com o peso, simplesmente descosturou e quase caiu no caminho. O outro foi em relação aos pneus que não seguravam a calibragem e prendiam a bike no asfalto. No mais tudo certo.
Fui comer aquela pizza e cama.
Ficha Técnica
Velocidade média: 17,10 km/h
Velocidade máxima: 64,80 km/h
Percurso total: 61,81 km/h
Tempo de percurso: 4:00 hs
Depois de uma boa noite de sono, acordei as 6:15 hs e fui logo prá cozinha onde devorei meio litro de leite, um sanduiche de pão de batata caseiro e deliciosas fatias de queijo. A sobremesa: duas bananas gentilmente oferecidas pela verdureira. O sol já estava forte e o céu sem uma nuvem sequer, prometia mais um dia daqueles. Fui até a praia afim de ver o movimento, acabei sentando na areia prá escrever um pouco. Acabei conhecendo a Cida, uma garota local que acabou tirando uma foto minha http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254046422332 . Ela havia visto a reportagem da TV Tribuna e me reconheceu.
Sai de Boiçucanga as 13:21 hs após ter almoçado um bom prato de macarrão.
O sol a esta altura já estava fortíssimo e eu já sabia o que iria enfrentar dali por diante.
Além do paredão de Maresias http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254046430060 (uma subidinha de 5 km com uma inclinação terrível), eu teria ainda pela frente mais de 30 KM de subidas e descidas.
A serra entre Boiçucanga e Maresias era o primeiro desafio da viagem.
Alguns amigos duvidavam de mim quando dizia que que subia essa serra pedalando. Agora eu posso afirmar com convicção que isso é mais do que possivel, pois além do horário, ainda havia na bagagem mais ou menos 20 KG de peso extra.
Transpus a subida em 42 minutos, a uma velocidade média de 5 KM/H (quase parando). A descida (Ah ! a descida) não deu nem prá sentir, foi tão rápida, ao chegar lá embaixo verifiquei a máxima alcançada , 64,8 Km/h (achei pouco).
Parei logo em seguida prá visitar uma amiga, a Duda, agora casada com um sortudo de nome Tim.
Ela estava grávida de 7 meses do Mateus (provavelmente vou conhecê-lo na volta). Tiramos uma foto juntos e nos despedimos com a promessa de uma nova visita na volta.
O percurso até Caraguatatuba, foi o que se esperava, muito calor, muita subida, muita descida, mas em compensação toda a beleza do nosso litoral para se deliciar.
No Km 22 deste percurso, uma linda cachoeira de mais ou menos 50 mts de altura me chamou a atenção http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254046437469 . Tentei fotografar a bike com a cachoeira inteira juntas mas não foi possivel, era muita altura.
Tomei aquele banho para recuperar as energias e fui em frente. Ah, um aviso, o banho nessa cachoeira pode ser perigoso devido as pedras que rolam junto com a água (dizem que já morreu gente ali).
Cheguei em Caraguatatuba no final da tarde indo direto à casa do Luiz e da Rose onde fui muito bem recebido , com direito a cafezinho e bolo. Peguei as chaves da casa do “seo” Paulo onde pernoitei.
Neste percurso tive os dois primeiros problemas técnicos, o alforge (mochila própria para se adaptar na bike) abriu o bico com o peso, simplesmente descosturou e quase caiu no caminho. O outro foi em relação aos pneus que não seguravam a calibragem e prendiam a bike no asfalto. No mais tudo certo.
Fui comer aquela pizza e cama.
Ficha Técnica
Velocidade média: 17,10 km/h
Velocidade máxima: 64,80 km/h
Percurso total: 61,81 km/h
Tempo de percurso: 4:00 hs
3º Dia
3º Dia
Em consequencia do problema com o alforge não pude mais uma vez sair cedo como pretendia. Tive que esperar até as 10:00 hs para pegar o alforge que havia deixado com a costureira para o conserto.
Depois, foi o tempo de arrumar a bagagem e cair fora. Nesse meio tempo aproveitei para fazer uma pizza com o material que sobrou da noite anterior.
Acabei levando a pizza prá consumir durante a viagem juntamente com uma banana, o leite que sobrou e um pacote de bolacha. Foi o que consumi durante o dia, junto com muita água (é claro).
As 11:15 hs reiniciei a viagem, chovia muito porém eu não podia esperar já que a tarde eu pretendia pedalar os 100 Kms previstos.
O percurso foi mais ou menos igual ao do dia anterior, algumas subidas difíceis, a diferença foi a chuva intermitente que vinha acompanhada de muito vento (contra, é lógico).
Foi difícil vencer esse percurso devido ao vento, à chuva e aos pneus que insistiam em esvaziar. A cada parada em postos para calibragem eles acusavam 10 libras abaixo do normal. Havia trechos sem postos no caminho fazendo com que eu fosse obrigado a pedalar um bom tempo com os pneus vazios. Os pneus do tipo Slick tem uma grande aderencia em curvas, mas acho que prendem demais a bike. Pensei sériamente em substiui-los pelos originais.
Por causa da chuva continua o computador, apesar de ser à prova d'água, não era à prova de muita água e acabou amarelando.
O velocimetro ficou doidão marcando até 70 km/h na subida (imaginem só que beleza). Depois verifiquei que outras funções também haviam sido afetadas. Devido à este problema não pude marcar a distancia percorrida nesse trecho, bem como a média horária, tempo de viagem e velocidade máxima. Seguia viagem baseado nas informações colhidas com locais. Por causa de informações erradas acabei pedalando o trecho mais dificil da viagem (pelo menos até agora).
Acabei entrando pela noite adentro num trecho de serra e com chuva (adrenalina total). Após uma longa e interminável subida ouvi o som de uma cachoeira à esquerda da estrada. Resolvi me aproximar e verifiquei que havia um pequeno barzinho. Ali era o ponto final do onibus que faz a ligação com Ubatuba. Fui informado que Parati ainda estava à 26 km de distancia, havia mais 1 km de subida e depois um descidão até a localidade de Patrimônio onde havia uma pousada. Fiquei feliz em saber que dali prá frente era só descer. O que eu não esperava era encontrar a estrada completamente detonada pela chuva. Havia trechos sem asfalto e com muita pedra solta e barro que rolava da encosta. Eu ia descendo sem enxergar praticamente nada, me guiando apenas pela faixa central da pista, e foi aí que eu dancei. Ao chegar quase no final da descida me empolguei um pouco e de repente me senti como um pássaro voando livremente (sem asas) sobre a bike que havia ficado cravada num enorme monte de barro que deslizara até o centro da pista. Para minha “sorte” o deslizamento era grande e eu pude pousar suavemente no barro molhado.
1 km à frente, quase chegando em Patrimônio, fui pedir informações em uma casinha a beira da estrada e para minha sorte acabei conseguindo pousda de graça. Ali mesmo havia na casa um grupo de rapazes de Ubatuba. Três deles são irmãos, Otoniel, Fábio e Elienai além do Igor. Eu estava cansado e cheio de barro. Fui logo tomar um banho e trocar de roupa. Após um bate-papo em que ficamos trocando informações ao som de um violão muito legal, fui me deitar às 21:00 hs dormindo até as 7:00 hs da manhã do dia seguinte.
Foi muito legal conhecer essa galera já que uma das intenções dessa viagme é justamente conhecer gente nova.
Hoje não tem ficha técnica.
Em consequencia do problema com o alforge não pude mais uma vez sair cedo como pretendia. Tive que esperar até as 10:00 hs para pegar o alforge que havia deixado com a costureira para o conserto.
Depois, foi o tempo de arrumar a bagagem e cair fora. Nesse meio tempo aproveitei para fazer uma pizza com o material que sobrou da noite anterior.
Acabei levando a pizza prá consumir durante a viagem juntamente com uma banana, o leite que sobrou e um pacote de bolacha. Foi o que consumi durante o dia, junto com muita água (é claro).
As 11:15 hs reiniciei a viagem, chovia muito porém eu não podia esperar já que a tarde eu pretendia pedalar os 100 Kms previstos.
O percurso foi mais ou menos igual ao do dia anterior, algumas subidas difíceis, a diferença foi a chuva intermitente que vinha acompanhada de muito vento (contra, é lógico).
Foi difícil vencer esse percurso devido ao vento, à chuva e aos pneus que insistiam em esvaziar. A cada parada em postos para calibragem eles acusavam 10 libras abaixo do normal. Havia trechos sem postos no caminho fazendo com que eu fosse obrigado a pedalar um bom tempo com os pneus vazios. Os pneus do tipo Slick tem uma grande aderencia em curvas, mas acho que prendem demais a bike. Pensei sériamente em substiui-los pelos originais.
Por causa da chuva continua o computador, apesar de ser à prova d'água, não era à prova de muita água e acabou amarelando.
O velocimetro ficou doidão marcando até 70 km/h na subida (imaginem só que beleza). Depois verifiquei que outras funções também haviam sido afetadas. Devido à este problema não pude marcar a distancia percorrida nesse trecho, bem como a média horária, tempo de viagem e velocidade máxima. Seguia viagem baseado nas informações colhidas com locais. Por causa de informações erradas acabei pedalando o trecho mais dificil da viagem (pelo menos até agora).
Acabei entrando pela noite adentro num trecho de serra e com chuva (adrenalina total). Após uma longa e interminável subida ouvi o som de uma cachoeira à esquerda da estrada. Resolvi me aproximar e verifiquei que havia um pequeno barzinho. Ali era o ponto final do onibus que faz a ligação com Ubatuba. Fui informado que Parati ainda estava à 26 km de distancia, havia mais 1 km de subida e depois um descidão até a localidade de Patrimônio onde havia uma pousada. Fiquei feliz em saber que dali prá frente era só descer. O que eu não esperava era encontrar a estrada completamente detonada pela chuva. Havia trechos sem asfalto e com muita pedra solta e barro que rolava da encosta. Eu ia descendo sem enxergar praticamente nada, me guiando apenas pela faixa central da pista, e foi aí que eu dancei. Ao chegar quase no final da descida me empolguei um pouco e de repente me senti como um pássaro voando livremente (sem asas) sobre a bike que havia ficado cravada num enorme monte de barro que deslizara até o centro da pista. Para minha “sorte” o deslizamento era grande e eu pude pousar suavemente no barro molhado.
1 km à frente, quase chegando em Patrimônio, fui pedir informações em uma casinha a beira da estrada e para minha sorte acabei conseguindo pousda de graça. Ali mesmo havia na casa um grupo de rapazes de Ubatuba. Três deles são irmãos, Otoniel, Fábio e Elienai além do Igor. Eu estava cansado e cheio de barro. Fui logo tomar um banho e trocar de roupa. Após um bate-papo em que ficamos trocando informações ao som de um violão muito legal, fui me deitar às 21:00 hs dormindo até as 7:00 hs da manhã do dia seguinte.
Foi muito legal conhecer essa galera já que uma das intenções dessa viagme é justamente conhecer gente nova.
Hoje não tem ficha técnica.
4º Dia
4º Dia
Acordei mais ou menos as 7:00 hs da manhã, noite bem dormida apesar do ambiente simples. A galera ainda dormia, somente o Elienai estava de pé, fui até a vendinha no centro de Patrimônio comprar os ingredientes do café da manhã, leite, pão de forma, ovos e mortadela. Quando voltei o café já estava pronto, comi bem e voltei prá cama para escrever já que havia dormido cedo na noite anterior. Terminando isso, passei uma hora batendo papo e me preparando para a saída. Como por milagre a chuva parou. Quando me preparava prá sair conheci o pai da moçada (muito simpático), não deu prá nos conhecermos melhor, mesmo assim valeu !
Pontualmente às 10:12 hs me mandei, puto da vida com a máquina fotográficaque bichou apesar de muito bem protegida. Fotos agora, sei lá quando ! Parti parando apenas para calibrar os pneus (ah, os pneus !). Pedalada tranquila, pouca serra, um lindo visual, algumas bananas e goiabas colhidas á beira da estrada e muita solidão. Após 4 dias já começo a sentir uma saudade terrível da Thethé.
Se me perguntassem agora qual a maior dificuldade da viagem já teria a resposta, saudades, muitas saudades !
Amo demais a minha filha e sempre fui muito ligado á ela. Venho sofrendo demais com esta separação. È muito diícil depois de 6 anos e meio ter que dormir e acordar sem poder olhar para o seu lindo rostinho, ver seus olhinhos se fechando a noite e na manhã seguinte ter que sair de casa sem olhar para aquela carinha de sono, toda despenteada, mas ainda assim linda como ela só.
Após 55 km cheguei a localidade de Taiutuba, uma praia de pescadores que se preparava para a festa de Santa Cruz, padroeira do local.
Almocei num barzinho à beira mar (Trailer Bar do Costelinha). Apesar da boa comida achei caro os R$ 4.00 por uma refeição (fazer o que né !).
Sai de Taiutuba as 14:47 hs após um breve descanso. Ao passar as pessoas me olhavam e algumas acenavam muito educadamente. Eu respondia à todos com um sorriso e um aceno. A simplicidade e educação do povo desses locais me encanta muito.
O caminho até Angra dos Reis foi tranquilo, havia parado de chover mas o tempo ainda estava nublado o que ajudava muito a manter a temperatura ideal.
Fui passando direto em algumas localidades pois a intenção era chegar à Angra dos Reis antes do anoitecer. Mambucaba, Vila Operária, Perequê e Mambucabinha. A altura do km 72 uma imagem me chamou a atenção. Após uma curva, avistei ao longe, encravada no meio de duas montanhas a gigante maldita, a tão odiada Usina Nuclear de Angra. Me perguntei então como o homem pode ferir um tão lindo pedaço do nosso litoral ?
Em compensação a natureza invocada parecia querer dar o troco ali mesmo. Olhando à esquerda na estrada já interditada, vê-se um enorme deslizamento de terra que obrigou a construção de um desvio.
Segui em frente parando logo à seguir para um lanchinho ao lado da Usina. Depois foi estrada direto até Angra dos Reis onde cheguei às 18:15 hs após pedalar por meia hora no escuro. Chegando em Angra fui direto procurar pousada e cheguei ao quartel do Corpo de Bombeiros (10 GBM) onde fui recebido pelo Sgto Martins que sem maiores cerimonias me cedeu alojamento com direito à café da manhã. A curiosidade tomou conta dos soldados e todos faziam a mesma pergunta. Eu respondia educadamente e aproveitava para colher informações sobre o trecho que iria percorrer no dia seguinte. Fui apresentado ao soldado Anselmo que me serviu de guia. Ele é um ex-maratonista, tendo competido em várias provas pelo Brasil. Aliás por coincidencia, no domingo rolou a Maratona do Rio que assegurava a ultima vaga para Atlanta.
Fiz grande amizade em especial com o Paulo Vitor com quem me identifiquei, ele também é amante de esportes, principalmente o montain bike e o mergulho, sendo um assiduo praticante. Disse á ele que pretendia fazer o curso de mergulho em breve.
Após longa conversa onde o Paulo me deu seu endereço convidando-me a visitá-lo após fazer o curso de mergulho, fui finalmente descansar.
A minha passagem pelo quartel foi muito legal, o clima não parece nada militar. O ambiente e de total descontração, mal-humor por aqui não existe. Valeu mesmo !
Ficha Técnica
Velocidade média: 20,70km/h
Velocidade máxima: 54,70 km/h
Percurso total: 119,45 km/h
Tempo de percurso: 6:17 hs
Acordei mais ou menos as 7:00 hs da manhã, noite bem dormida apesar do ambiente simples. A galera ainda dormia, somente o Elienai estava de pé, fui até a vendinha no centro de Patrimônio comprar os ingredientes do café da manhã, leite, pão de forma, ovos e mortadela. Quando voltei o café já estava pronto, comi bem e voltei prá cama para escrever já que havia dormido cedo na noite anterior. Terminando isso, passei uma hora batendo papo e me preparando para a saída. Como por milagre a chuva parou. Quando me preparava prá sair conheci o pai da moçada (muito simpático), não deu prá nos conhecermos melhor, mesmo assim valeu !
Pontualmente às 10:12 hs me mandei, puto da vida com a máquina fotográficaque bichou apesar de muito bem protegida. Fotos agora, sei lá quando ! Parti parando apenas para calibrar os pneus (ah, os pneus !). Pedalada tranquila, pouca serra, um lindo visual, algumas bananas e goiabas colhidas á beira da estrada e muita solidão. Após 4 dias já começo a sentir uma saudade terrível da Thethé.
Se me perguntassem agora qual a maior dificuldade da viagem já teria a resposta, saudades, muitas saudades !
Amo demais a minha filha e sempre fui muito ligado á ela. Venho sofrendo demais com esta separação. È muito diícil depois de 6 anos e meio ter que dormir e acordar sem poder olhar para o seu lindo rostinho, ver seus olhinhos se fechando a noite e na manhã seguinte ter que sair de casa sem olhar para aquela carinha de sono, toda despenteada, mas ainda assim linda como ela só.
Após 55 km cheguei a localidade de Taiutuba, uma praia de pescadores que se preparava para a festa de Santa Cruz, padroeira do local.
Almocei num barzinho à beira mar (Trailer Bar do Costelinha). Apesar da boa comida achei caro os R$ 4.00 por uma refeição (fazer o que né !).
Sai de Taiutuba as 14:47 hs após um breve descanso. Ao passar as pessoas me olhavam e algumas acenavam muito educadamente. Eu respondia à todos com um sorriso e um aceno. A simplicidade e educação do povo desses locais me encanta muito.
O caminho até Angra dos Reis foi tranquilo, havia parado de chover mas o tempo ainda estava nublado o que ajudava muito a manter a temperatura ideal.
Fui passando direto em algumas localidades pois a intenção era chegar à Angra dos Reis antes do anoitecer. Mambucaba, Vila Operária, Perequê e Mambucabinha. A altura do km 72 uma imagem me chamou a atenção. Após uma curva, avistei ao longe, encravada no meio de duas montanhas a gigante maldita, a tão odiada Usina Nuclear de Angra. Me perguntei então como o homem pode ferir um tão lindo pedaço do nosso litoral ?
Em compensação a natureza invocada parecia querer dar o troco ali mesmo. Olhando à esquerda na estrada já interditada, vê-se um enorme deslizamento de terra que obrigou a construção de um desvio.
Segui em frente parando logo à seguir para um lanchinho ao lado da Usina. Depois foi estrada direto até Angra dos Reis onde cheguei às 18:15 hs após pedalar por meia hora no escuro. Chegando em Angra fui direto procurar pousada e cheguei ao quartel do Corpo de Bombeiros (10 GBM) onde fui recebido pelo Sgto Martins que sem maiores cerimonias me cedeu alojamento com direito à café da manhã. A curiosidade tomou conta dos soldados e todos faziam a mesma pergunta. Eu respondia educadamente e aproveitava para colher informações sobre o trecho que iria percorrer no dia seguinte. Fui apresentado ao soldado Anselmo que me serviu de guia. Ele é um ex-maratonista, tendo competido em várias provas pelo Brasil. Aliás por coincidencia, no domingo rolou a Maratona do Rio que assegurava a ultima vaga para Atlanta.
Fiz grande amizade em especial com o Paulo Vitor com quem me identifiquei, ele também é amante de esportes, principalmente o montain bike e o mergulho, sendo um assiduo praticante. Disse á ele que pretendia fazer o curso de mergulho em breve.
Após longa conversa onde o Paulo me deu seu endereço convidando-me a visitá-lo após fazer o curso de mergulho, fui finalmente descansar.
A minha passagem pelo quartel foi muito legal, o clima não parece nada militar. O ambiente e de total descontração, mal-humor por aqui não existe. Valeu mesmo !
Ficha Técnica
Velocidade média: 20,70km/h
Velocidade máxima: 54,70 km/h
Percurso total: 119,45 km/h
Tempo de percurso: 6:17 hs
5º Dia
5º Dia
O dia começava tranqüilo. Acordei cedo, antes mesmo do toque da sirene, às 6:00 hs. Fiquei um pouco deitado ainda, esperando pelo café da manhã. Depois de meia hora fui para o refeitório. O café da manhã era bem simples, mas havia a vantagem de ser de graça. Apesar disso comi bem, embora tivesse que tomar leite quente (detesto). Enquanto comia aproveitei prá escrever e mostrar as fotos de outras aventuras.
Os soldados do corpo de bombeiros são muito bem preparados. A maioria pratica esportes, havia muitos bikers, nadadores e corredores.
Após me despedir dos amigos que fiz durante esta minha breve estadia, “levantei voo” com destino à Santa Cruz.
Sai às 9:20 hs da manhã animado porém mal sabia que iria passar o pior dia da viagem até agora. O trecho à ser percorrido era difícil, com muitas subidas (aliás, prá quem pedala parece que só existem subidas !) fazendo com que a média de velocidade caisse para 13,9 km/h (a pior desde o início da viagem).
Eu havia parado um pouco para tomar um banho de cachoeira e acabei lanchando uns biscoitos e tomando leite, conclusão, cheguei em Mangaratiba sem fome. Mesmo assim, parei para descansar por uma hora. Fui até a praia de deitei um pouco para esticar as pernas. Estava gostoso, não havia sol e batia uma brisa bem de leve. Além disso Mangaratiba tem muita mulher bonita. Vi uma dúzia delas em menos de uma hora. Pena que a máquina fotográfica estava quebrada.
Sai de lá às 14:00 hs. Eu iria começar a passar sufoco. No km 72 havia uma enorme cachoeira à beira da estrada, não resisti e fui tomar um belo banho. Estava com as energias repostas, no entanto, ao subir na bike...fsssss ! Lá se foi o pneu traseiro ! Tirei toda a bagagem para poder trocar a câmara, assim feito fui tentar encher o pneu e pude constatar que minha bomba era uma “bomba” mesmo. Simplesmente a desgraçada não enchia. Empurrei a bike por uns 2 km até uma vilazinha onde consegui uma bomba emprestada com o Luiz. Então pude verificar que a bomba dele também era uma “bomba”. Voltei a empurrar a bike por mais alguns kms e cheguei à um condominio fechado, falei com o segurança e este me sugeriu que eu procurasse o “seo” Orlando, ai sim consegui finalmente encher um pouco o pneu (apenas o suficiente para chegar à Muriqui) uma localidade onde havia postos de gasolina onde poderia calibrar o danadinho. Ao chegar no posto à beira da estrada uma decepção, não havia calibrador, tive então que entrar na cidade e voltar um bom pedaço até outro posto. Lá chegando tive que implorar para encher o pneu pois a dona do posto não permitia esse tipo de serviço. Sai voando de Muriqui, pois sabia que tinha que recuperar o tempo perdido. Na saída, uma puta subida feita na marcha mais leve e bufando. Mas como após uma subida tem que haver uma descida ... lá estava ela. Começei a descer a ladeira pedalando com força prá ganhar mais velocidade. Quando começei à embalar..fsssss ! Não acreditei, outra vez ? Sim, era verdade, o pneu outra vez. Decidi não trocar a câmara outra vez pois possivelmente ela iria furar no mesmo local.
Peguei uma carona com o “seo” Edivaldo que seguia com sua esposa Marinéia até Itaguaí. Ele deu uma parada em Coroa Grande onde foi presenciar a saída da procissão da padroeira, cuja comemoraçãodava-se naquele dia (um festão). O “seo” Edivaldo me deixou no centro de Itaguaí. Fiz um lanche ali mesmo e fui rapidinho procurar “asilo”. Foi difícil, nem bombeiros, nem quartel, lugar nenhum. Tive que morrer com R$ 10,00 no Hotel Turismo onde fui muito bem atendido. O gerente me deu até dois sandubas de queijo e um copo de refrigerante que sobraram de uma convenção que havia ocorrido no local. (muita gentileza !).
Depois de tomar um banho, troquei de roupa e fui até o centro procurar um telefone. Estava morrendo de saudades da Sthefanie ! Conversamos um pouco, matamos um pouco a saudade, logo depois voltei ao hotel e fui dormir. (Boa noite).
Ficha Técnica
Velocidade média: 13,90 km/h
Velocidade máxima: 56,00 km/h
Percurso total: 83,56 km/h
Tempo de percurso: 6:00 hs
O dia começava tranqüilo. Acordei cedo, antes mesmo do toque da sirene, às 6:00 hs. Fiquei um pouco deitado ainda, esperando pelo café da manhã. Depois de meia hora fui para o refeitório. O café da manhã era bem simples, mas havia a vantagem de ser de graça. Apesar disso comi bem, embora tivesse que tomar leite quente (detesto). Enquanto comia aproveitei prá escrever e mostrar as fotos de outras aventuras.
Os soldados do corpo de bombeiros são muito bem preparados. A maioria pratica esportes, havia muitos bikers, nadadores e corredores.
Após me despedir dos amigos que fiz durante esta minha breve estadia, “levantei voo” com destino à Santa Cruz.
Sai às 9:20 hs da manhã animado porém mal sabia que iria passar o pior dia da viagem até agora. O trecho à ser percorrido era difícil, com muitas subidas (aliás, prá quem pedala parece que só existem subidas !) fazendo com que a média de velocidade caisse para 13,9 km/h (a pior desde o início da viagem).
Eu havia parado um pouco para tomar um banho de cachoeira e acabei lanchando uns biscoitos e tomando leite, conclusão, cheguei em Mangaratiba sem fome. Mesmo assim, parei para descansar por uma hora. Fui até a praia de deitei um pouco para esticar as pernas. Estava gostoso, não havia sol e batia uma brisa bem de leve. Além disso Mangaratiba tem muita mulher bonita. Vi uma dúzia delas em menos de uma hora. Pena que a máquina fotográfica estava quebrada.
Sai de lá às 14:00 hs. Eu iria começar a passar sufoco. No km 72 havia uma enorme cachoeira à beira da estrada, não resisti e fui tomar um belo banho. Estava com as energias repostas, no entanto, ao subir na bike...fsssss ! Lá se foi o pneu traseiro ! Tirei toda a bagagem para poder trocar a câmara, assim feito fui tentar encher o pneu e pude constatar que minha bomba era uma “bomba” mesmo. Simplesmente a desgraçada não enchia. Empurrei a bike por uns 2 km até uma vilazinha onde consegui uma bomba emprestada com o Luiz. Então pude verificar que a bomba dele também era uma “bomba”. Voltei a empurrar a bike por mais alguns kms e cheguei à um condominio fechado, falei com o segurança e este me sugeriu que eu procurasse o “seo” Orlando, ai sim consegui finalmente encher um pouco o pneu (apenas o suficiente para chegar à Muriqui) uma localidade onde havia postos de gasolina onde poderia calibrar o danadinho. Ao chegar no posto à beira da estrada uma decepção, não havia calibrador, tive então que entrar na cidade e voltar um bom pedaço até outro posto. Lá chegando tive que implorar para encher o pneu pois a dona do posto não permitia esse tipo de serviço. Sai voando de Muriqui, pois sabia que tinha que recuperar o tempo perdido. Na saída, uma puta subida feita na marcha mais leve e bufando. Mas como após uma subida tem que haver uma descida ... lá estava ela. Começei a descer a ladeira pedalando com força prá ganhar mais velocidade. Quando começei à embalar..fsssss ! Não acreditei, outra vez ? Sim, era verdade, o pneu outra vez. Decidi não trocar a câmara outra vez pois possivelmente ela iria furar no mesmo local.
Peguei uma carona com o “seo” Edivaldo que seguia com sua esposa Marinéia até Itaguaí. Ele deu uma parada em Coroa Grande onde foi presenciar a saída da procissão da padroeira, cuja comemoraçãodava-se naquele dia (um festão). O “seo” Edivaldo me deixou no centro de Itaguaí. Fiz um lanche ali mesmo e fui rapidinho procurar “asilo”. Foi difícil, nem bombeiros, nem quartel, lugar nenhum. Tive que morrer com R$ 10,00 no Hotel Turismo onde fui muito bem atendido. O gerente me deu até dois sandubas de queijo e um copo de refrigerante que sobraram de uma convenção que havia ocorrido no local. (muita gentileza !).
Depois de tomar um banho, troquei de roupa e fui até o centro procurar um telefone. Estava morrendo de saudades da Sthefanie ! Conversamos um pouco, matamos um pouco a saudade, logo depois voltei ao hotel e fui dormir. (Boa noite).
Ficha Técnica
Velocidade média: 13,90 km/h
Velocidade máxima: 56,00 km/h
Percurso total: 83,56 km/h
Tempo de percurso: 6:00 hs
6º Dia
6º Dia
Comecei o dia já meio desanimado, pois com as duas câmaras furadas e a bomba estragada, eu não me sentia muito seguro prá seguir viagem. O pior de tudo é que eu estava sem grana pois havia pago o hotel e o restante havia gasto com o lanche do dia anterior.
Só possuía comigo naquele momento algumas moedas que somadas não davam R$ 1,00. Eu precisava comer e bem. Peguei as moedinhas e fui até a padaria mais próxima. Só deu prá comprar 3 brisolinhas (nome que se dá ao pãozinho de 50 gr), e um tablete de margarina.
Eu ainda tinha um pouco de leitee este seria meu desjejum matinal. Na volta o porteiro ainda me ofereceu um copo de café (gentileza da casa). Depois de comer fui direto ao trabalho. Desmontei o pneu e após uma minuciosa vistoria descobri a causa dos furos. O maldito pneu slick já estava rasgando em dois pontos deixando exposto o arame da armação. Troquei o pneu, colocando o original que na minha opinião é muito melhor para este tipo de uso. Um conselho, se for percorrer longos trechos de asfalto use o pneu original, o slick é muito confortável, tem ótima aderência mas é justamente essa aderência que prejudica o desempenho.
Depois de consertado o pneu que só fui encher no posto mais próximo, fui procurar uma bicicletaria para tentar conseguir uma bomba que prestasse. Tentei a troca de uma corrente que levava de reserva mas isto não foi possivel pois os funcionários não podiam fazer tal troca.
Na terceira loja fui atendido pelo dono, “seo” Laércio, e acabei resolvendo o problema (aliás , ele resolveu). O “seo” Laércio desmontou a bomba e trocou o reparo sem me cobrar nada (muito legal).
Parti de Itaguaí ás 10:15 hs e segundo cálculos baseados nas informações locais eu deveria atingir Santa Cruz e após 86.5 km acabei chegando mesmo no Rio de Janeiro. Foi horrível ter que pedalar praticamente a tarde toda na Avenida Brasil.
A maior parte do percurso sem acostamento, um puta transito de onibus e caminhões à milhão tirando “fininhas” a todo instante. O sol brilhava forte, água prá beber só a dos postos de gasolina e o pior de tudo... eu tava durinho ! Comi neste percurso apenas duas bananas que pedi “emprestadas” para o Wilson, um garotinho que vendia frutas na beira da estrada (prometi devolver na volta da viagem).
Mais adiante consegui laranjas com outro vendedor. Eles salvaram o meu dia.
Telefonei prá Santos prá matar saudades da Dona Alice (prá quem não sabe é a minha mamãe) e também prá “apertar” os patrocinadores que não haviam depositado a grana. Eu tinha a intenção de chegar à Niterói, mas quando cheguei à ponte que une a cidade do Rio de Janeiro à Niterói fui informado que não era permitida a travessia de bicicletas. As únicas saídas seriam uma carona (que já não estava com saco prá pedir) ou a travessia por lancha (que eu não tinha dinheiro prá pagar). Solução ? Pedir abrigo aos meus salvadores, o Corpo de Bombeiros. Havia um quartel ali próximo. Segui até lá onde fui recebido pelo Sgto Patricio. O cara no começo se fez de durão, me interrogando, me exigindo documentos e até queria que eu ussasse calças (imaginem só)
Depois de alguns minutos de conversa e com o apoio de alguns soldados ele acabou liberando. Prá ajudar, sai mostrando as fotos de alpinismo, e até as fotos da Sthefanie. Me dei bem porque o capitão que estava no comando é praticante de montanhismo e aí liberou geral.
Tomei um belo banho, jantei e fui pro alojamento escrever. Dormi logo em seguida.
Ficha Técnica
Velocidade média: 19,40 km/h
Velocidade máxima: 41,20 km/h
Percurso total: 86,50km/h
Tempo de percurso: 4:45 hs
Comecei o dia já meio desanimado, pois com as duas câmaras furadas e a bomba estragada, eu não me sentia muito seguro prá seguir viagem. O pior de tudo é que eu estava sem grana pois havia pago o hotel e o restante havia gasto com o lanche do dia anterior.
Só possuía comigo naquele momento algumas moedas que somadas não davam R$ 1,00. Eu precisava comer e bem. Peguei as moedinhas e fui até a padaria mais próxima. Só deu prá comprar 3 brisolinhas (nome que se dá ao pãozinho de 50 gr), e um tablete de margarina.
Eu ainda tinha um pouco de leitee este seria meu desjejum matinal. Na volta o porteiro ainda me ofereceu um copo de café (gentileza da casa). Depois de comer fui direto ao trabalho. Desmontei o pneu e após uma minuciosa vistoria descobri a causa dos furos. O maldito pneu slick já estava rasgando em dois pontos deixando exposto o arame da armação. Troquei o pneu, colocando o original que na minha opinião é muito melhor para este tipo de uso. Um conselho, se for percorrer longos trechos de asfalto use o pneu original, o slick é muito confortável, tem ótima aderência mas é justamente essa aderência que prejudica o desempenho.
Depois de consertado o pneu que só fui encher no posto mais próximo, fui procurar uma bicicletaria para tentar conseguir uma bomba que prestasse. Tentei a troca de uma corrente que levava de reserva mas isto não foi possivel pois os funcionários não podiam fazer tal troca.
Na terceira loja fui atendido pelo dono, “seo” Laércio, e acabei resolvendo o problema (aliás , ele resolveu). O “seo” Laércio desmontou a bomba e trocou o reparo sem me cobrar nada (muito legal).
Parti de Itaguaí ás 10:15 hs e segundo cálculos baseados nas informações locais eu deveria atingir Santa Cruz e após 86.5 km acabei chegando mesmo no Rio de Janeiro. Foi horrível ter que pedalar praticamente a tarde toda na Avenida Brasil.
A maior parte do percurso sem acostamento, um puta transito de onibus e caminhões à milhão tirando “fininhas” a todo instante. O sol brilhava forte, água prá beber só a dos postos de gasolina e o pior de tudo... eu tava durinho ! Comi neste percurso apenas duas bananas que pedi “emprestadas” para o Wilson, um garotinho que vendia frutas na beira da estrada (prometi devolver na volta da viagem).
Mais adiante consegui laranjas com outro vendedor. Eles salvaram o meu dia.
Telefonei prá Santos prá matar saudades da Dona Alice (prá quem não sabe é a minha mamãe) e também prá “apertar” os patrocinadores que não haviam depositado a grana. Eu tinha a intenção de chegar à Niterói, mas quando cheguei à ponte que une a cidade do Rio de Janeiro à Niterói fui informado que não era permitida a travessia de bicicletas. As únicas saídas seriam uma carona (que já não estava com saco prá pedir) ou a travessia por lancha (que eu não tinha dinheiro prá pagar). Solução ? Pedir abrigo aos meus salvadores, o Corpo de Bombeiros. Havia um quartel ali próximo. Segui até lá onde fui recebido pelo Sgto Patricio. O cara no começo se fez de durão, me interrogando, me exigindo documentos e até queria que eu ussasse calças (imaginem só)
Depois de alguns minutos de conversa e com o apoio de alguns soldados ele acabou liberando. Prá ajudar, sai mostrando as fotos de alpinismo, e até as fotos da Sthefanie. Me dei bem porque o capitão que estava no comando é praticante de montanhismo e aí liberou geral.
Tomei um belo banho, jantei e fui pro alojamento escrever. Dormi logo em seguida.
Ficha Técnica
Velocidade média: 19,40 km/h
Velocidade máxima: 41,20 km/h
Percurso total: 86,50km/h
Tempo de percurso: 4:45 hs
7º dia
7º dia
Acordei às 5:05 da manhã, meio que forçado pois o Sgto Patricio invadia o alojamento aos gritos, acordando todo mundo. Era dia de inspeção e os soldados teriam que ralar muito prá deixar tudo em ordem. Foi uma xingação geral !
Levantei-me no embalo e fui logo escrevendo. O café só sairia mais tarde e eu tinha que disfarçar.
Após o café da manhã comecei a me preparar para ir embora. Fui me despedindo do pessoal e principalmente do Sgto. Rodrigues, um coroa muito simpático que me assistiu o tempo todo. Haviamos conversado muito na noite anterior.
Sai do Rio de Janeiro às 7:20 hs, o destino seria Araruama mas acabei abandonando esse percurso e fui em direção à Campos seguindo informações da Policia Rodoviária.
Comecei à pedalar indo em direção à ponte Rio-Niterói, teria que pegar uma carona prá atravessar pois o transito de bicicletas ali é proibido. Fui seguindo pelo caminho indicado e quando percebi já estava pedalando na ponte. Continuei como se não soubesse de nada e após pedalar quase 4 km fui abordado por uma viatura. Dentro dela havia dois seguranças, o Luiz Augusto e o Antonio me orientaram à parar bem atrás deles. Me convidaram à colocar a bike dentro da viatura e me levaram até o final da ponte. Pedi desculpas, me despedi e fui embora.
O trecho à ser percorrido na parte da manhã seria de mais ou menos 57 km até Rio Bonito. Foi um passeio, a estrada era praticamente toda plana, com bom asfalto e acostamento. Os únicos problemas eram o sol forte e falta de dinheiro (nenhum !) que me faria pedalar a manhã toda sem alimentação. Fui passando em várias localidades, parando apenas à beira da estrada para descansar e tomar água. A única coisa que eu tinha para comer era meio tablete de margarina que sobrara do dia anterior. Por sorte achei uma laranja à beira da pista (deve ter caído de algum caminhão) e mais a frente colhi algumas bananas. Foi isto que comi durante a manhã.
Cheguei à Rio Bonito na intenção de almoçar em algum quartel, mas para minha decepção ali não existia nenhum. A única solução que encontrei foi tentar vender a corrente sobressalente. Fui até uma bicicletaria mas o cara não aceitou. Me indicou uma outra oficina mais a frente. Segui para lá, cheio de esperanças, fiquei esperando uns 15 minutos pela chegada do proprietário, um rapaz de nome Fábio. Esse cara foi muito legal mesmo. Não aceitou a corrente pois sabia que eu poderia precisar dela. Primeiro ele me deu R$ 2,00, indicando um barzinho onde eu poderia comer bem, fiquei meio envergonhado mas aceitei. Ficamos conversando e ele me contou que a pouco tempo tinha dado uma força à um gringo argentino que também viajava de bike e havia passado por lá. Eu já ouvira falar desse gringo.
Enquanto conversávamos contei à ele a minha desventura com o pneu e ele acabou se oferecendo para consertar as duas câmaras que estavam furadas (no boi, é claro) . O tempo foi passando e acabamos indo almoçar juntos. Fomos ao barzinho que ele havia indicado, o Cantinho do Beija-Flor onde fomos atendidos pelo Valtinho. Acabei conhecendo o Edilson e almoçamos os tres juntos. Na saida após colher todas informações sobre o trecho a seguir, fui guiado pelo Edilson até a agencia do banco onde iria tentar pegar a grana. Antes já me despedira do Fábio com a promessa de na volta passar lá para retribuir o almoço. Ele havia me convidado á pernoitar ali mas tive que recusar pois ainda não havia feito a média de 100 km por dia.
Chegando ao banco me despedi do Edilson. Na porta do banco havia um rapaz e pedi á ele que desse uma olhadinha na bike enquanto eu ia lá dentro. Entrei e ...outra decepção. Nem a Gelinho nem o Fausto Lopes que deveriam fazer o depósito no dia 25 conforme o combinado. Fiquei louco pois se passaram 5 dias, eu já havia telefonado cobrando e nada ! Pisada feia dos dois, estava ficando em péssima situação. O único jeito foi seguir viagem, eu tentaria chegar a uma cidade onde houvesse quartel para pedir abrigo e comida de graça. Após 64 km cheguei a Casimiro de Abreu, infelizmente não havia nenhum quartel ali. Fui então na prefeitura mas já era tarde e não havia mais ninguém lá que pudesse me ajudar. A cidade mais próxima seria Macaé que ficava a 50 km. Impossível chegar lá pedalando, eu já havia feito 133,37 km (aliás a melhor distancia desde o início da viagem).
Já era noite, o único jeito foi pedir uma carona. Havia um caminhoneiro parado à beira da estrada batendo papo, me aproximei e perguntei se ele iria até Macaé. O Ricardo (este era o seu nome) respondeu afirmativamente porém só o faria após cortar o cabelo e fazer a barba, me pediu para aguarda-lo. Fui sentar na praça e enquanto esperava aproveitei para telefonar outra vez para os patrocinadores, não consegui !
Ao retornar, o Ricardo ainda me pagou um café, colocamos a bike em cima do caminhão e pé na estrada. Chegamos em Macaé às 19:30 hs e eu fui direto ao quartel do Corpo de Bombeiros onde fui atendido pelo Sgto. Nilo. Ele foi direto ao Capitão Miranda levando o meu RG e o projeto da viagem. Voltou logo em seguida, tudo certo, hospedagem concedida. Fui direto tomar banho e me instalei na sala de musculação.
Descansei um pouco até o jantar, a corporação já havia jantado, mesmo assim deram um jeitinho e conseguiram um rango prá mim. A comida já estava fria, mas tudo bem (era de graça !). Durante o jantar acabei conhecendo o Docinho, um salva-vidas que estava de vserviço ali meio que escondido. Ele matou um traficante e estava sendo caçado.
Conheci praticamente todos que estavam no local. Todos me perguntavam a mesma coisa ! de onde vinha e prá onde ia ? E eu repetia a mesma resposta pacientemente.
O quartel de Macaé, diga-se de passagem, estava em ótimas condições, muito confortável mesmo. O atendimento foi nota 10 !
Fui dormir tarde, após muito bate-papo fui novamente ao banco (nada, os patrocinadores continuavam pisando na bola) voltei ao quartel e fui direto dormir.
Ficha Técnica
Velocidade média: 20,00 km/h
Velocidade máxima: 47,10km/h
Percurso total: 133,37 km/h
Tempo de percurso: 6:06 hs
Acordei às 5:05 da manhã, meio que forçado pois o Sgto Patricio invadia o alojamento aos gritos, acordando todo mundo. Era dia de inspeção e os soldados teriam que ralar muito prá deixar tudo em ordem. Foi uma xingação geral !
Levantei-me no embalo e fui logo escrevendo. O café só sairia mais tarde e eu tinha que disfarçar.
Após o café da manhã comecei a me preparar para ir embora. Fui me despedindo do pessoal e principalmente do Sgto. Rodrigues, um coroa muito simpático que me assistiu o tempo todo. Haviamos conversado muito na noite anterior.
Sai do Rio de Janeiro às 7:20 hs, o destino seria Araruama mas acabei abandonando esse percurso e fui em direção à Campos seguindo informações da Policia Rodoviária.
Comecei à pedalar indo em direção à ponte Rio-Niterói, teria que pegar uma carona prá atravessar pois o transito de bicicletas ali é proibido. Fui seguindo pelo caminho indicado e quando percebi já estava pedalando na ponte. Continuei como se não soubesse de nada e após pedalar quase 4 km fui abordado por uma viatura. Dentro dela havia dois seguranças, o Luiz Augusto e o Antonio me orientaram à parar bem atrás deles. Me convidaram à colocar a bike dentro da viatura e me levaram até o final da ponte. Pedi desculpas, me despedi e fui embora.
O trecho à ser percorrido na parte da manhã seria de mais ou menos 57 km até Rio Bonito. Foi um passeio, a estrada era praticamente toda plana, com bom asfalto e acostamento. Os únicos problemas eram o sol forte e falta de dinheiro (nenhum !) que me faria pedalar a manhã toda sem alimentação. Fui passando em várias localidades, parando apenas à beira da estrada para descansar e tomar água. A única coisa que eu tinha para comer era meio tablete de margarina que sobrara do dia anterior. Por sorte achei uma laranja à beira da pista (deve ter caído de algum caminhão) e mais a frente colhi algumas bananas. Foi isto que comi durante a manhã.
Cheguei à Rio Bonito na intenção de almoçar em algum quartel, mas para minha decepção ali não existia nenhum. A única solução que encontrei foi tentar vender a corrente sobressalente. Fui até uma bicicletaria mas o cara não aceitou. Me indicou uma outra oficina mais a frente. Segui para lá, cheio de esperanças, fiquei esperando uns 15 minutos pela chegada do proprietário, um rapaz de nome Fábio. Esse cara foi muito legal mesmo. Não aceitou a corrente pois sabia que eu poderia precisar dela. Primeiro ele me deu R$ 2,00, indicando um barzinho onde eu poderia comer bem, fiquei meio envergonhado mas aceitei. Ficamos conversando e ele me contou que a pouco tempo tinha dado uma força à um gringo argentino que também viajava de bike e havia passado por lá. Eu já ouvira falar desse gringo.
Enquanto conversávamos contei à ele a minha desventura com o pneu e ele acabou se oferecendo para consertar as duas câmaras que estavam furadas (no boi, é claro) . O tempo foi passando e acabamos indo almoçar juntos. Fomos ao barzinho que ele havia indicado, o Cantinho do Beija-Flor onde fomos atendidos pelo Valtinho. Acabei conhecendo o Edilson e almoçamos os tres juntos. Na saida após colher todas informações sobre o trecho a seguir, fui guiado pelo Edilson até a agencia do banco onde iria tentar pegar a grana. Antes já me despedira do Fábio com a promessa de na volta passar lá para retribuir o almoço. Ele havia me convidado á pernoitar ali mas tive que recusar pois ainda não havia feito a média de 100 km por dia.
Chegando ao banco me despedi do Edilson. Na porta do banco havia um rapaz e pedi á ele que desse uma olhadinha na bike enquanto eu ia lá dentro. Entrei e ...outra decepção. Nem a Gelinho nem o Fausto Lopes que deveriam fazer o depósito no dia 25 conforme o combinado. Fiquei louco pois se passaram 5 dias, eu já havia telefonado cobrando e nada ! Pisada feia dos dois, estava ficando em péssima situação. O único jeito foi seguir viagem, eu tentaria chegar a uma cidade onde houvesse quartel para pedir abrigo e comida de graça. Após 64 km cheguei a Casimiro de Abreu, infelizmente não havia nenhum quartel ali. Fui então na prefeitura mas já era tarde e não havia mais ninguém lá que pudesse me ajudar. A cidade mais próxima seria Macaé que ficava a 50 km. Impossível chegar lá pedalando, eu já havia feito 133,37 km (aliás a melhor distancia desde o início da viagem).
Já era noite, o único jeito foi pedir uma carona. Havia um caminhoneiro parado à beira da estrada batendo papo, me aproximei e perguntei se ele iria até Macaé. O Ricardo (este era o seu nome) respondeu afirmativamente porém só o faria após cortar o cabelo e fazer a barba, me pediu para aguarda-lo. Fui sentar na praça e enquanto esperava aproveitei para telefonar outra vez para os patrocinadores, não consegui !
Ao retornar, o Ricardo ainda me pagou um café, colocamos a bike em cima do caminhão e pé na estrada. Chegamos em Macaé às 19:30 hs e eu fui direto ao quartel do Corpo de Bombeiros onde fui atendido pelo Sgto. Nilo. Ele foi direto ao Capitão Miranda levando o meu RG e o projeto da viagem. Voltou logo em seguida, tudo certo, hospedagem concedida. Fui direto tomar banho e me instalei na sala de musculação.
Descansei um pouco até o jantar, a corporação já havia jantado, mesmo assim deram um jeitinho e conseguiram um rango prá mim. A comida já estava fria, mas tudo bem (era de graça !). Durante o jantar acabei conhecendo o Docinho, um salva-vidas que estava de vserviço ali meio que escondido. Ele matou um traficante e estava sendo caçado.
Conheci praticamente todos que estavam no local. Todos me perguntavam a mesma coisa ! de onde vinha e prá onde ia ? E eu repetia a mesma resposta pacientemente.
O quartel de Macaé, diga-se de passagem, estava em ótimas condições, muito confortável mesmo. O atendimento foi nota 10 !
Fui dormir tarde, após muito bate-papo fui novamente ao banco (nada, os patrocinadores continuavam pisando na bola) voltei ao quartel e fui direto dormir.
Ficha Técnica
Velocidade média: 20,00 km/h
Velocidade máxima: 47,10km/h
Percurso total: 133,37 km/h
Tempo de percurso: 6:06 hs
8º Dia
8º Dia
Apesar de não ter dormido tão bem como na noite anterior, ainda assim acordei bem disposto. A corporação já havia tomado café. Fiquei então esperando pelo convite que finalmente foi feito pelo Sgto.Graça. Fui ao refeitório e aproveitei o self-service, peguei logo três pãezinhoscom margarina (escondido é claro !) e tomei café que havia sobre a mesa. Pedi ainda um copo de leite, na cara dura !
Com a barriga cheia, despedi-me de todos e fui embora.
Sai às 8:25 hs da manhã, o destino seria Campos, situada a mais ou menos uns 110 km. Não havia outro remédio senão fazer o percurso direto pois nesse intervalo não havia nenhuma cidade, apenas alguns vilarejos onde fui parando apenas para me abastecer com água e descansar. À altura do km 50 parei num destes vilarejos para tentar comer com os trocados que possuia. Só deu prá comprar um pacote de biscoitos que comi ali mesmo. Fui informado que Campos ficava a cerca de 57 km, segui viagem tranqüilo pois ainda era cedo e daria prá chegar lá ainda à tarde, em tempo de conseguir hospedagem e comida.
No caminho observava a paisagem que já começava a mudar. A vegetação densa da Mata Atlantica ia dando lugar a grandes pastagens onde o gado era abundante. Frutas á beira da estrada não mais se via, apenas cana-de-açucar que volta e meia eu parava prá consumir.
À partir do km 80 comecei à encarar algumas subidas que me fariam chegar à Campos já muito desgastado pois fazia calor e eu não vinha me alimentando bem devido à falta de dinheiro. Neste trajeto comi apenas algumas laranjas que peguei à beira da estrada, cana-de-açúcar e água (muita água !)
Cheguei à Campos por volta de 15:40 hs. Ao chegar no perimetro urbano um ciclista começou a me seguir até que emparelhou ao meu lado começando a fazer as mesmas perguntas de sempre... “De onde vêm ? Prá onde vai ? Qual o objetivo ?” Fomos fazendo amizade e o Alcenir acabou me servindo de guia.
Comecei à procurar lugar para dormir, o Alcenir me levou primeiro ao quartel do Corpo de Bombeiros onde me negaram pousada, por não haver comando presente no quartel (era feriado). Aliás, ao lembrar o dia 1º de maio, pensei comigo, este seria o dia programado para eu chegar em Maceió segundo o projeto inicial da viagem que faria com um amigo, o “Amarelo” que infelizmente teve que desistir.
Após o Corpo de Bombeiros fui tentar consecutivamente no quartel da PM, no quartel do exército e até num albergue, este só abriria às 18:00 hs. Tudo isso feito com a escolta do Alcenir. Após quase 2 horas rodando consegui pelo menos comida no quartel da PM onde eu retornara. Depois fui ao albergue onde finalmente consegui uma cama prá dormir. Fui informado que às 5:30 hs todos deveriam estar de pé, por mim tudo bem, eu sempre acordei cedo mesmo. Antes de dormir fui tomar um banho. Pelas regras do albergue todos ao chegar recebem um pijama que deve ser usado obrigatóriamente (fiquei uma gracinha !).
Deitei-me às 20:00 hs e dormi até o dia seguinte (belo sono)
Ficha Técnica
Velocidade média: 20,80 km/h
Velocidade máxima: 45,10 km/h
Percurso total: 128,57 km/h
Tempo de percurso: 6:20 hs
Apesar de não ter dormido tão bem como na noite anterior, ainda assim acordei bem disposto. A corporação já havia tomado café. Fiquei então esperando pelo convite que finalmente foi feito pelo Sgto.Graça. Fui ao refeitório e aproveitei o self-service, peguei logo três pãezinhoscom margarina (escondido é claro !) e tomei café que havia sobre a mesa. Pedi ainda um copo de leite, na cara dura !
Com a barriga cheia, despedi-me de todos e fui embora.
Sai às 8:25 hs da manhã, o destino seria Campos, situada a mais ou menos uns 110 km. Não havia outro remédio senão fazer o percurso direto pois nesse intervalo não havia nenhuma cidade, apenas alguns vilarejos onde fui parando apenas para me abastecer com água e descansar. À altura do km 50 parei num destes vilarejos para tentar comer com os trocados que possuia. Só deu prá comprar um pacote de biscoitos que comi ali mesmo. Fui informado que Campos ficava a cerca de 57 km, segui viagem tranqüilo pois ainda era cedo e daria prá chegar lá ainda à tarde, em tempo de conseguir hospedagem e comida.
No caminho observava a paisagem que já começava a mudar. A vegetação densa da Mata Atlantica ia dando lugar a grandes pastagens onde o gado era abundante. Frutas á beira da estrada não mais se via, apenas cana-de-açucar que volta e meia eu parava prá consumir.
À partir do km 80 comecei à encarar algumas subidas que me fariam chegar à Campos já muito desgastado pois fazia calor e eu não vinha me alimentando bem devido à falta de dinheiro. Neste trajeto comi apenas algumas laranjas que peguei à beira da estrada, cana-de-açúcar e água (muita água !)
Cheguei à Campos por volta de 15:40 hs. Ao chegar no perimetro urbano um ciclista começou a me seguir até que emparelhou ao meu lado começando a fazer as mesmas perguntas de sempre... “De onde vêm ? Prá onde vai ? Qual o objetivo ?” Fomos fazendo amizade e o Alcenir acabou me servindo de guia.
Comecei à procurar lugar para dormir, o Alcenir me levou primeiro ao quartel do Corpo de Bombeiros onde me negaram pousada, por não haver comando presente no quartel (era feriado). Aliás, ao lembrar o dia 1º de maio, pensei comigo, este seria o dia programado para eu chegar em Maceió segundo o projeto inicial da viagem que faria com um amigo, o “Amarelo” que infelizmente teve que desistir.
Após o Corpo de Bombeiros fui tentar consecutivamente no quartel da PM, no quartel do exército e até num albergue, este só abriria às 18:00 hs. Tudo isso feito com a escolta do Alcenir. Após quase 2 horas rodando consegui pelo menos comida no quartel da PM onde eu retornara. Depois fui ao albergue onde finalmente consegui uma cama prá dormir. Fui informado que às 5:30 hs todos deveriam estar de pé, por mim tudo bem, eu sempre acordei cedo mesmo. Antes de dormir fui tomar um banho. Pelas regras do albergue todos ao chegar recebem um pijama que deve ser usado obrigatóriamente (fiquei uma gracinha !).
Deitei-me às 20:00 hs e dormi até o dia seguinte (belo sono)
Ficha Técnica
Velocidade média: 20,80 km/h
Velocidade máxima: 45,10 km/h
Percurso total: 128,57 km/h
Tempo de percurso: 6:20 hs
9º Dia
9º Dia
Conforme o combinado, às 5:30 hs o “seo” Aquiles entrou no dormitório acordando todo mundo. Troquei de roupa rapidamente e após tomar um café muito simples mesmo (não tinha nem margarina) despedi-me de todos e fui prá rua. O fato de não haver nenhuma mordomia no local não me deixou chateado, afinal aquele não era um hotel e sim uma assistencia social.
Fui procurar um lugar para sentar um pouco pois ainda tinha que escrever. Após andar um pouco, sentei-me na mureta à beira da ponte que me levaria em direção à Cachoeiro do Itapemirim. Comecei à escrever mas logo fui interrompido por um rapaz. Ele se aproximou me indagando se eu estava com problemas, respondi que não, ele se aproximou um pouco mais e pude perceber que ele havia bebido um pouco (devia estar vindo de uma noitada). Começou à fazer perguntas e acabou me pagando um lanche numa barraca próxima dali. Seu nome era Alberto, ele mora num bairro logo após a ponte. Ficamos conversando e o tempo foi passando. Então disse a ele que precisava ir embora, pois tinha muito chão pela frente. Ele então foi me acompanhando pelo caminho até atravessarmos a ponte. Chegamos ao outro lado e ele passou à insistir para que fossemos à padaria ali perto. Foi ali que ele resolveu o meu problema. Além de pagar um lanche ali no local, ainda havia pedido um sanduiche, uma garrafa de água e dois refrigerantes em lata. Quando a balconista voltou com o pedido ele simplesmente colocou tudo na minha mão, me desejando uma boa viagem. Fiquei de bobeira com a atitude dele. Agradeci dando à ele como lembrança um adesivo da Rádio com meu endereço completo. Caso ele aparecesse em Santos eu faria questão de hospeda-lo.
Parti de Campos às 7:50 hs seguindo direto até Cachoeiro pois não tinha dinheiro prá almoçar. Precisava chegar até o quartel do Corpo de Bombeiros em Cachoeiro pelo menos à tempo de jantar. No caminho gastei os últimos R$ 0,70 que tinha comprando um pacote de bolacha e ½ dúzia de bananas que fui consumindo pelo caminho. A parada foi em Morro do Côco onde vi tudo, menos côco. Este dia de viagem foi marcado pelo calor intenso, alguns trechos de serra e muita saudade de minha filha. Não sei porque, mas hoje em especial eu me senti muito só e com uma enorme vontade de estar com “Ela”.
A paisagem já ia mudando. A intensa vegetação da Mata Atlantica ia dando lugar a imensas plantações de cana-de-açúcar e pastagens.
À altura do km 72 duas imagens me chamaram a atençao, a primeira foi a visão de uma montanha com um pico muito alto, solitária no meio da paisagem. Logo adiante à esquerda avistava-se uma estradinha de terra (aliás, barro vermelho). Fiquei imaginando a adrenalina de descer aquela ladeira em dias de chuva.
Alguns quilometros a frente eu pararia para descansar e fazer uma refeição à beira da estrada. Instalei-me confortavelmente em cima de um barranco de onde se avistava além de bom trecho da estrada, uma lindíssima paisagem, fazendas muito bem cuidadas e ao fundo a tal montanha. A refeição no caso seria ½ metro de cana que eu havia colhido ali mesmo. Foi o que deu prá arrumar !
Enquanto comia, vi um andante se aproximando com uma grande mochila nas costas. De bermudas, camiseta e sandálias havaianas (não sei se legítimas). Ele veio ao meu encontro e conversando fiquei sabendo que ele vinha de Curitiba, seu nome era Denis, e disse que estava nessa viagem à tres semanas, ora caminhando, ora de carona. Pretendia ele chegar ao nordeste, talvez arrumar um emprego, ganhar algum dinheiro e se mandar do país, escondido num navio. Ele viaja direto, mostrou-me o passaporte com carimbos da Argentina, Venezuela e outros paises sul-americanos. Após uma ½ hora ele foi embora dizendo-me que almoçaria no posto de gasolina mais próximo (de graça é claro !).
Começei a escrever um pouco e logo depois segui viagem pois ainda tinha muito chão pela frente.
Antes de chegar à Cachoeiro passaria ainda em um trevo que levaria à Apiacá, Bom Jesus do Alto e São José do Calçado. Preferi seguir em frente para não atrasar mais.
A chegada até a entrada da cidade se deu quase ao final da tarde. O incrível é que quase ás 17:35 hs, hora da chegada, já estava escuro e eu ainda tinha mais 10 km para pedalar até o centro. Na entrada da cidade fui escoltado por uma imensa e brilhante lua que me acompanhou como que tentando iluminar o meu caminho. Só vendo prá crer !
Cheguei ao quartel do Corpo de Bombeiros, o Sgto. Assunção que se encontrava no portão me atendeu, fui direto ao assunto, e sem grande burocracia a hospedagem foi concedida. O único porém (segundo o sargento) é que não tinha rango. Achei que isso não seria problema pois meu irmão ficara de enviar um dinheiro naquele mesmo dia pela manhã.
Fui levado ao alojamento, tomei um banho indo logo após procurar o banco. Cheguei lá sonhando com uma bela pizza e quem sabe até um sorvete de sobremesa mas...outra decepção. O dinheiro estava lá, mas bloqueado, retirada... só no dia seguinte. Aí o bicho pegou ! O sonho de comer uma comida decente virou pesadelo. Voltei ao quartel muito louco com os patrocinadores que não me haviam pago ainda e que me deixavam naquela situação. Por sorte, ao chegar, passei pelo refeitório em direção ao alojamento. Rolava uma sopa que seria a minha salvação. Comi , lavei o prato e fui deitar um pouco. Como ainda era cedo resolvi voltar prá sala de TV para escrever. Fui dormir tarde após assistir um filme. E por enquanto é só pessoal !
Ficha Técnica
Velocidade média: 21,00 km/h
Velocidade máxima: 56,00 km/h
Percurso total: 126,67 km/h
Tempo de percurso: 6:20 hs
Conforme o combinado, às 5:30 hs o “seo” Aquiles entrou no dormitório acordando todo mundo. Troquei de roupa rapidamente e após tomar um café muito simples mesmo (não tinha nem margarina) despedi-me de todos e fui prá rua. O fato de não haver nenhuma mordomia no local não me deixou chateado, afinal aquele não era um hotel e sim uma assistencia social.
Fui procurar um lugar para sentar um pouco pois ainda tinha que escrever. Após andar um pouco, sentei-me na mureta à beira da ponte que me levaria em direção à Cachoeiro do Itapemirim. Comecei à escrever mas logo fui interrompido por um rapaz. Ele se aproximou me indagando se eu estava com problemas, respondi que não, ele se aproximou um pouco mais e pude perceber que ele havia bebido um pouco (devia estar vindo de uma noitada). Começou à fazer perguntas e acabou me pagando um lanche numa barraca próxima dali. Seu nome era Alberto, ele mora num bairro logo após a ponte. Ficamos conversando e o tempo foi passando. Então disse a ele que precisava ir embora, pois tinha muito chão pela frente. Ele então foi me acompanhando pelo caminho até atravessarmos a ponte. Chegamos ao outro lado e ele passou à insistir para que fossemos à padaria ali perto. Foi ali que ele resolveu o meu problema. Além de pagar um lanche ali no local, ainda havia pedido um sanduiche, uma garrafa de água e dois refrigerantes em lata. Quando a balconista voltou com o pedido ele simplesmente colocou tudo na minha mão, me desejando uma boa viagem. Fiquei de bobeira com a atitude dele. Agradeci dando à ele como lembrança um adesivo da Rádio com meu endereço completo. Caso ele aparecesse em Santos eu faria questão de hospeda-lo.
Parti de Campos às 7:50 hs seguindo direto até Cachoeiro pois não tinha dinheiro prá almoçar. Precisava chegar até o quartel do Corpo de Bombeiros em Cachoeiro pelo menos à tempo de jantar. No caminho gastei os últimos R$ 0,70 que tinha comprando um pacote de bolacha e ½ dúzia de bananas que fui consumindo pelo caminho. A parada foi em Morro do Côco onde vi tudo, menos côco. Este dia de viagem foi marcado pelo calor intenso, alguns trechos de serra e muita saudade de minha filha. Não sei porque, mas hoje em especial eu me senti muito só e com uma enorme vontade de estar com “Ela”.
A paisagem já ia mudando. A intensa vegetação da Mata Atlantica ia dando lugar a imensas plantações de cana-de-açúcar e pastagens.
À altura do km 72 duas imagens me chamaram a atençao, a primeira foi a visão de uma montanha com um pico muito alto, solitária no meio da paisagem. Logo adiante à esquerda avistava-se uma estradinha de terra (aliás, barro vermelho). Fiquei imaginando a adrenalina de descer aquela ladeira em dias de chuva.
Alguns quilometros a frente eu pararia para descansar e fazer uma refeição à beira da estrada. Instalei-me confortavelmente em cima de um barranco de onde se avistava além de bom trecho da estrada, uma lindíssima paisagem, fazendas muito bem cuidadas e ao fundo a tal montanha. A refeição no caso seria ½ metro de cana que eu havia colhido ali mesmo. Foi o que deu prá arrumar !
Enquanto comia, vi um andante se aproximando com uma grande mochila nas costas. De bermudas, camiseta e sandálias havaianas (não sei se legítimas). Ele veio ao meu encontro e conversando fiquei sabendo que ele vinha de Curitiba, seu nome era Denis, e disse que estava nessa viagem à tres semanas, ora caminhando, ora de carona. Pretendia ele chegar ao nordeste, talvez arrumar um emprego, ganhar algum dinheiro e se mandar do país, escondido num navio. Ele viaja direto, mostrou-me o passaporte com carimbos da Argentina, Venezuela e outros paises sul-americanos. Após uma ½ hora ele foi embora dizendo-me que almoçaria no posto de gasolina mais próximo (de graça é claro !).
Começei a escrever um pouco e logo depois segui viagem pois ainda tinha muito chão pela frente.
Antes de chegar à Cachoeiro passaria ainda em um trevo que levaria à Apiacá, Bom Jesus do Alto e São José do Calçado. Preferi seguir em frente para não atrasar mais.
A chegada até a entrada da cidade se deu quase ao final da tarde. O incrível é que quase ás 17:35 hs, hora da chegada, já estava escuro e eu ainda tinha mais 10 km para pedalar até o centro. Na entrada da cidade fui escoltado por uma imensa e brilhante lua que me acompanhou como que tentando iluminar o meu caminho. Só vendo prá crer !
Cheguei ao quartel do Corpo de Bombeiros, o Sgto. Assunção que se encontrava no portão me atendeu, fui direto ao assunto, e sem grande burocracia a hospedagem foi concedida. O único porém (segundo o sargento) é que não tinha rango. Achei que isso não seria problema pois meu irmão ficara de enviar um dinheiro naquele mesmo dia pela manhã.
Fui levado ao alojamento, tomei um banho indo logo após procurar o banco. Cheguei lá sonhando com uma bela pizza e quem sabe até um sorvete de sobremesa mas...outra decepção. O dinheiro estava lá, mas bloqueado, retirada... só no dia seguinte. Aí o bicho pegou ! O sonho de comer uma comida decente virou pesadelo. Voltei ao quartel muito louco com os patrocinadores que não me haviam pago ainda e que me deixavam naquela situação. Por sorte, ao chegar, passei pelo refeitório em direção ao alojamento. Rolava uma sopa que seria a minha salvação. Comi , lavei o prato e fui deitar um pouco. Como ainda era cedo resolvi voltar prá sala de TV para escrever. Fui dormir tarde após assistir um filme. E por enquanto é só pessoal !
Ficha Técnica
Velocidade média: 21,00 km/h
Velocidade máxima: 56,00 km/h
Percurso total: 126,67 km/h
Tempo de percurso: 6:20 hs
10º dia
10º dia
Dez dias de viagem. A primeira coisa que pensei ao acordar foi na saudade da minha querida Sthefanie. Eu já havia ficado 11 dias longe dela no ano passado (1995) ao fazer uma viagem meio louca, também de bike, pelo litoral de São Paulo. Sai e cheguei sem avisar, só que da outra vez foi diferente pois pude voltar assim que a saudade bateu muito forte. Hoje seria diferente, pensar em voltar ? Nem tão cedo !
Minha segunda preocupação era comer. Não tinha dinheiro e no quartel não haveria café da manhã. Como pedalar mais de 100 km sem alimentação adequada ? Nem eu sabia a resposta. Conformado, fui começando a arrumar as minhas coisas, troquei de roupa e ao me despedir dos soldados lembraram que havia sobrado sopa da noite anterior. Seria esse o meu desjejum matinal (novidade prá mim).
Sai do quartel exatamente à mesma hora do dia anterior, parecia um cronômetro: 7:49 hs. Antes de pegar a estrada, passei outra vez no banco 24 hs para nova tentativa de sacar o dinheiro que os dois patrocinadores deveriam ter depositado. Nova decepção, eu já estava muito puto... porém nem pensava em desistir, muito pelo contrário, isso me dava mais garra prá continuar em frente.
Zerei o computador e fui embora. O trajeto eu já sabia de antemão, seria longo pois eu pretendia chegar à Vila Velha, distante segundo informações uns 130 km. Bom, só do quartel até o trevo da BR 101 foram 15 km.
Neste trecho urbano segue-se por uma estradinha muito bonitacom um belo visual. Você vai seguindo em direção à uma linda montanha cujo pico, informei-me no caminho, se chamava Itabirita. Ao chegar á BR 101, pega-se à esquerda e tome estrada. 114 km segundo informações que mais tarde descobriria que estavam erradas (prá variar né !)
Boa estrada, porém já começava a ficar mais deserta, somente fazendas, poucos povoados à beira da estrada. Eu pedalava e consumia energia, fazendo com que a fome fosse chegando logo. Eu só ia comendo o que a estrada me oferecia, cana-de açúcar, depois umas laranjas que pedi num sítio à beira da estrada e bananas que consegui com vendedoras que se postavam em seqüencia na estrada com roupas um tanto “sedutoras” http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254047476685 . Achei meio estranho, porém...
Após 45 km, já por volta do meio dia, cheguei em Iconha. Eu pretendia apenas descansar um pouco em alguma sombra e abastecer a caramanhola com água gelada. Eu encostava a bike numa árvore quando ergui a cabeça, para minha surpresa verifiquei que havia uma agencia do banco bem ali na minha frente. Quase a ignorei, mas como sou teimoso, caminhei até ela, passei o cartão meio desanimado e de repente a resposta ... oh ! Quase não acreditei quando o visor informava “apanhe as notas”. Não precisou nem insistir. Fiquei até bobo com aquela fortuna, R$ 50,00 na mão. Fui correndo procurar um lugar para almoçar, primeiro um restaurante por quilo, mas era muito chique e não quis incomodar os freqüentadores com meu novo visual, barbado e com a roupa meio sujinha. Afinal eram dez dias né ! Procurei outro restaurante que fora indicado pela balconista do mercadinho onde tinha feito compras, um pacote de biscoitos da minha preferencia e bananada. Este também era self-service, porém menor que o outro mas com boa comida e principalmente bom preço R$ 6.00 o kg. Comi tudo que tinha direito, paguei a conta e fui embora arrumar uma sombra à beira da rodovia para dar uma cochiladinha.
Fui procurando e só 22 km a frente é que achei o lugar ideal. Pelo menos foi o que pensei quando parei. Encostado em um barranco havia uma área aberta, meio recuada da rodovia onde poderia dormir tranquilamente. Comecei á preparar a minha caminha quando olhando a esquerda vi alguém deitado. Fiquei frustado pensando “ alguém já teve a mesma idéia que eu” . O cara tava numa posição meio estranha, de costas e todo torto, pensei que estivesse bêbado mas ao me aproximar pude ver que este não acordaria nunca mais. Mais uma vitima da violência. Parece ter levado um tiro no ouvido pois estava muito escuro e havia muito sangue em volta. Não me abalei muito em ver o cadáver ali, procurei sair o mais rápido possível, deveria avisar a polícia sobre o achado mas não queria me envolver. Procurei um telefone numa vila 1,5 km à frente do local. Havia apenas um posto onde a telefonista é quem fazia as ligações. Informei o fato à ela, indiquei o local exato e fui embora rapidinho pois tinha muito chão pela frente. O resto do percurso foi mais tranqüilo, não achei mais nenhum cadáver e desisti de dormir.
Até Vitória eu fui apreciando lindas paisagens com maravilhosas montanhas. Estava louco da vida por não poder fotografá-las (culpa de quem ?).
Cheguei em Vitória às 18:30 hs, já estava bem escuro e vou lhes dizer uma coisa: a entrada de Vitória estava uma merda ! Sem iluminação, sem acostamento e com um monte de buracos na pista (pista ?) aquilo era uma trilha feita de asfalto e pedras. Passei um puta sufoco para chegar ao centro de Vitória, dali ainda tinha que seguir até Vila Velha, distante 14 km.
Depois disso, teria que localizar o Luiz Henrique, um ex-primo que mudou-se para Recife e agora para Vila Velha com sua distribuidora de produtos da Tostines. A Belini Distrbuidora ficava no centro de Vila Velha. Eu tinha em mãos, o endereço e telefone da tal, mas aquela hora já estava fechada. A salvação seria o celular do Luiz Henrique. Após várias tentativas consegui localiza-lo. Estava ainda trabalhando naquela que seria a sede própria. Ele me animou muito quando disse “ vc está longe prá caramba” . Lá vou eu pedalar mais um pouquinho. No final das contas eu havia pedalado “apenas” 158,0 km, mas cheguei !
O Luiz Henrique e a sua equipe finalizavam os ultimos detalhes da obra. Prá minha sorte a obra seria inaugurada no dia seguinte com uma festa, com direito à 408 latas de cerveja, uma leitoa que seria abatida no dia seguinte e mais uns 30 kg de carne. Uma “festinha” para os fornecedores segundo o Luiz Henrique. Eu cheguei no dia certo! Ficamos na obra até meia-noite, coloquei a bike em cima da caminhonete e fomos prá casa dele. A D'Arc, o César e o Arthur ainda estavam acordados. Nos saudamos, tomei um banho, jantamos e fui dormir, afinal eu merecia... zzzzzzzzzzzzzz !
Ficha Técnica
Velocidade média: 20,50 km/h
Velocidade máxima: 56,30 km/h
Percurso total: 158,10 km/h
Tempo de percurso: 8:10 hs
Dez dias de viagem. A primeira coisa que pensei ao acordar foi na saudade da minha querida Sthefanie. Eu já havia ficado 11 dias longe dela no ano passado (1995) ao fazer uma viagem meio louca, também de bike, pelo litoral de São Paulo. Sai e cheguei sem avisar, só que da outra vez foi diferente pois pude voltar assim que a saudade bateu muito forte. Hoje seria diferente, pensar em voltar ? Nem tão cedo !
Minha segunda preocupação era comer. Não tinha dinheiro e no quartel não haveria café da manhã. Como pedalar mais de 100 km sem alimentação adequada ? Nem eu sabia a resposta. Conformado, fui começando a arrumar as minhas coisas, troquei de roupa e ao me despedir dos soldados lembraram que havia sobrado sopa da noite anterior. Seria esse o meu desjejum matinal (novidade prá mim).
Sai do quartel exatamente à mesma hora do dia anterior, parecia um cronômetro: 7:49 hs. Antes de pegar a estrada, passei outra vez no banco 24 hs para nova tentativa de sacar o dinheiro que os dois patrocinadores deveriam ter depositado. Nova decepção, eu já estava muito puto... porém nem pensava em desistir, muito pelo contrário, isso me dava mais garra prá continuar em frente.
Zerei o computador e fui embora. O trajeto eu já sabia de antemão, seria longo pois eu pretendia chegar à Vila Velha, distante segundo informações uns 130 km. Bom, só do quartel até o trevo da BR 101 foram 15 km.
Neste trecho urbano segue-se por uma estradinha muito bonitacom um belo visual. Você vai seguindo em direção à uma linda montanha cujo pico, informei-me no caminho, se chamava Itabirita. Ao chegar á BR 101, pega-se à esquerda e tome estrada. 114 km segundo informações que mais tarde descobriria que estavam erradas (prá variar né !)
Boa estrada, porém já começava a ficar mais deserta, somente fazendas, poucos povoados à beira da estrada. Eu pedalava e consumia energia, fazendo com que a fome fosse chegando logo. Eu só ia comendo o que a estrada me oferecia, cana-de açúcar, depois umas laranjas que pedi num sítio à beira da estrada e bananas que consegui com vendedoras que se postavam em seqüencia na estrada com roupas um tanto “sedutoras” http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254047476685 . Achei meio estranho, porém...
Após 45 km, já por volta do meio dia, cheguei em Iconha. Eu pretendia apenas descansar um pouco em alguma sombra e abastecer a caramanhola com água gelada. Eu encostava a bike numa árvore quando ergui a cabeça, para minha surpresa verifiquei que havia uma agencia do banco bem ali na minha frente. Quase a ignorei, mas como sou teimoso, caminhei até ela, passei o cartão meio desanimado e de repente a resposta ... oh ! Quase não acreditei quando o visor informava “apanhe as notas”. Não precisou nem insistir. Fiquei até bobo com aquela fortuna, R$ 50,00 na mão. Fui correndo procurar um lugar para almoçar, primeiro um restaurante por quilo, mas era muito chique e não quis incomodar os freqüentadores com meu novo visual, barbado e com a roupa meio sujinha. Afinal eram dez dias né ! Procurei outro restaurante que fora indicado pela balconista do mercadinho onde tinha feito compras, um pacote de biscoitos da minha preferencia e bananada. Este também era self-service, porém menor que o outro mas com boa comida e principalmente bom preço R$ 6.00 o kg. Comi tudo que tinha direito, paguei a conta e fui embora arrumar uma sombra à beira da rodovia para dar uma cochiladinha.
Fui procurando e só 22 km a frente é que achei o lugar ideal. Pelo menos foi o que pensei quando parei. Encostado em um barranco havia uma área aberta, meio recuada da rodovia onde poderia dormir tranquilamente. Comecei á preparar a minha caminha quando olhando a esquerda vi alguém deitado. Fiquei frustado pensando “ alguém já teve a mesma idéia que eu” . O cara tava numa posição meio estranha, de costas e todo torto, pensei que estivesse bêbado mas ao me aproximar pude ver que este não acordaria nunca mais. Mais uma vitima da violência. Parece ter levado um tiro no ouvido pois estava muito escuro e havia muito sangue em volta. Não me abalei muito em ver o cadáver ali, procurei sair o mais rápido possível, deveria avisar a polícia sobre o achado mas não queria me envolver. Procurei um telefone numa vila 1,5 km à frente do local. Havia apenas um posto onde a telefonista é quem fazia as ligações. Informei o fato à ela, indiquei o local exato e fui embora rapidinho pois tinha muito chão pela frente. O resto do percurso foi mais tranqüilo, não achei mais nenhum cadáver e desisti de dormir.
Até Vitória eu fui apreciando lindas paisagens com maravilhosas montanhas. Estava louco da vida por não poder fotografá-las (culpa de quem ?).
Cheguei em Vitória às 18:30 hs, já estava bem escuro e vou lhes dizer uma coisa: a entrada de Vitória estava uma merda ! Sem iluminação, sem acostamento e com um monte de buracos na pista (pista ?) aquilo era uma trilha feita de asfalto e pedras. Passei um puta sufoco para chegar ao centro de Vitória, dali ainda tinha que seguir até Vila Velha, distante 14 km.
Depois disso, teria que localizar o Luiz Henrique, um ex-primo que mudou-se para Recife e agora para Vila Velha com sua distribuidora de produtos da Tostines. A Belini Distrbuidora ficava no centro de Vila Velha. Eu tinha em mãos, o endereço e telefone da tal, mas aquela hora já estava fechada. A salvação seria o celular do Luiz Henrique. Após várias tentativas consegui localiza-lo. Estava ainda trabalhando naquela que seria a sede própria. Ele me animou muito quando disse “ vc está longe prá caramba” . Lá vou eu pedalar mais um pouquinho. No final das contas eu havia pedalado “apenas” 158,0 km, mas cheguei !
O Luiz Henrique e a sua equipe finalizavam os ultimos detalhes da obra. Prá minha sorte a obra seria inaugurada no dia seguinte com uma festa, com direito à 408 latas de cerveja, uma leitoa que seria abatida no dia seguinte e mais uns 30 kg de carne. Uma “festinha” para os fornecedores segundo o Luiz Henrique. Eu cheguei no dia certo! Ficamos na obra até meia-noite, coloquei a bike em cima da caminhonete e fomos prá casa dele. A D'Arc, o César e o Arthur ainda estavam acordados. Nos saudamos, tomei um banho, jantamos e fui dormir, afinal eu merecia... zzzzzzzzzzzzzz !
Ficha Técnica
Velocidade média: 20,50 km/h
Velocidade máxima: 56,30 km/h
Percurso total: 158,10 km/h
Tempo de percurso: 8:10 hs
11º dia
11º dia
Após 10 dias de viagem eu já havia pedalado 1.109 km , portanto estava 109 km acima do previsto e isto me dava certa folga. Resolvi tirar um dia para descansar e aproveitar para repor as energias. A bunda também implorava um tempinho, 10 dias sentados num selim não é fácil né ! Eu aproveitaria a festa de inauguração para rever amigos. A festa começou por volta de 10:00 hs da manhã http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254047370425 . Um festão com direito até a musica ao vivo que ficou por conta do Wagner, um velho amigo agora casado com a Cléa, irmã do Luiz Henrique.
Estavam também lá, trabalhando com o Luiz, pelo menos 3 funcionários que o acompanhavam desde Santos, o Samuel, o Rui e o Moacir. De Santos havia ainda o tio Henrique e sua esposa. Conheci muita gente, inclusive um casal. Muller e Marina. A Marina quase ao final da festa veio me convidar à procurá-la na volta à Vila Velha para uma excursão à alguma montanha próxima. Ela havia feito um curso de montanhismo em São Paulo, possuia equipamento e estava à pouco tempo morando ali. Ficou combinado que eu a procuraria na volta.
A festa só terminou lá pelas 21:00 hs, peguei uma carona com o Luiz Henrique até a casa dele onde estava hospedado. Todos foram dormir logo em seguida. Foi muito bom encontrar esse velho amigo bem de vida. A distribuidora é um grande sucesso. O Luiz se deu muito bem ali, acho difícil ele voltar algum dia para Santos. Além da sede própria com 1.000 m2 de área construida (obra que durou 2 anos) ele conseguiu uma chácara e um apartamento pro Tio Henrique.
Parabéns Luiz Henrique, você merece !
Ficha técnica ?
Hoje não tem !
Após 10 dias de viagem eu já havia pedalado 1.109 km , portanto estava 109 km acima do previsto e isto me dava certa folga. Resolvi tirar um dia para descansar e aproveitar para repor as energias. A bunda também implorava um tempinho, 10 dias sentados num selim não é fácil né ! Eu aproveitaria a festa de inauguração para rever amigos. A festa começou por volta de 10:00 hs da manhã http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254047370425 . Um festão com direito até a musica ao vivo que ficou por conta do Wagner, um velho amigo agora casado com a Cléa, irmã do Luiz Henrique.
Estavam também lá, trabalhando com o Luiz, pelo menos 3 funcionários que o acompanhavam desde Santos, o Samuel, o Rui e o Moacir. De Santos havia ainda o tio Henrique e sua esposa. Conheci muita gente, inclusive um casal. Muller e Marina. A Marina quase ao final da festa veio me convidar à procurá-la na volta à Vila Velha para uma excursão à alguma montanha próxima. Ela havia feito um curso de montanhismo em São Paulo, possuia equipamento e estava à pouco tempo morando ali. Ficou combinado que eu a procuraria na volta.
A festa só terminou lá pelas 21:00 hs, peguei uma carona com o Luiz Henrique até a casa dele onde estava hospedado. Todos foram dormir logo em seguida. Foi muito bom encontrar esse velho amigo bem de vida. A distribuidora é um grande sucesso. O Luiz se deu muito bem ali, acho difícil ele voltar algum dia para Santos. Além da sede própria com 1.000 m2 de área construida (obra que durou 2 anos) ele conseguiu uma chácara e um apartamento pro Tio Henrique.
Parabéns Luiz Henrique, você merece !
Ficha técnica ?
Hoje não tem !
12º Dia
12º Dia
Era domingo, o dia amanheceu nublado e eu achei que choveria durante o dia (aliás, chegou a chover de manhã). O Luiz Henrique ficara de me dar uma carona até o inicio da BR 101 onde reiniciaria a minha viagem, porém, com a ressaca da festa ele só acordaria mais tarde. Como eu não queria incomodar ninguém fui tomar café sozinho e voltei para escrever um pouco. Fui para sala, assisti ao GP de Fórmula 1 e nesse meio tempo todos já haviam acordado.
Terminando o GP começei a me preparar para a saída. Na hora de ir embora chegaram o Tio Henrique e a Tia Nezinha. Na despedida eu ainda teria algumas surpresas. Fui presenteado com seis pacotes de biscoitos (Tostines é claro !) e um cheque de R$ 100,00 oferecido pelo Luiz Henrique (ele já sabia da situação que eu estva passando com o calote dos patrocinadores). Tive que aceitar pois eu não sabia a essa altura do campeonato o que poderia acontecer. Enquanto isso a D' Arc preparava umas mini pizzas que eu levaria para a viagem. Bom, pelo menos hoje eu não passaria fome !
Despedi-me de todos e fomos embora, rumo à estrada. No trajeto deu para conhecer boa parte da cidade. Belas praias, um enorme Shopping Center.
Chegamos ao inicio da rodovia , mais despedidas. Agradeci a força dada pelo Luiz Henrique, de repente o cara se tranformou num patrocinador anônimo. Valeu mesmo Luiz !
Parti às 12:30 hs, o destino era Linhares, distante mais ou menos 120 km. O percurso foi feito sem novidades. A paisagem ainda era a mesma, porém um pouco mais “urbana” devido à proximidade com a capital. A estrada era muito boa, principalmente os últimos 30 km, uma maravilha de estrada, nota 10 !
Passei em várias localidades com destaque para Fundão, Ibirassu e João Neiva. Não almocei, parando apenas para consumir as pizzas e beber água.
Aqui por estas bandas anoitece cedo mesmo, por volta das 17:30 hs eu já pedalava às escuras, parei para me informar sobre a distancia que faltava até Linhares, 30 km ainda, mas conferia com a informação do Luiz Henrique pois o odômetro ainda marcava 97 km.
Dali para frente eu ia pedalar no escuro, guiando-me apenas pela faixa branca que separa a pista do acostamento. Como já disse anteriormente, o acostamento era uma beleza, aliás perfeito. Foi muita adrenalina, pedalar à noite numa estrada por onde nunca havia passado, eu não conhecia um palmo à minha frente. Mas compensou pelo cheiro da mata e pelas milhões de estrelas que se vêem no céu.
Fiquei tão encantado que resolvi fotografar a bike com a estrada ao fundo. Dei um jeito de posicioná-la e ... CLICK ! http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254047316199 Mais adiante eu bateria outra foto na entrada de Linhares.
A lua apareceu para fazer a costumeira escolta e ao passar sobre uma ponte na entrada da cidade ela jogava sua luz sobre a água do rio criando um belo visual.
Entrei na cidade às 20:00 hs indo direto ao quartel do Corpo de Bombeiros local. Fui recebido pelo Sgto. Ferreira, me apresentei e sem frescura ele me arrumou um colchão e um quartinho (aliás um escritório) onde poderia me instalar. Tomei um banho e saí para comer alguma coisa, fui ao banco 24 horase voltei para o quartel. A cidade estava uma festa pois o Flamengo havia vencido o Vasco por 2x0 e se sagrara campeão da Taça Guanabara.
Dormi logo em seguida, abraçado à foto da minha Teté, prá quem já havia ligado um pouco antes...saudades !
Ah ! Eu também liguei para a Dani para contar as novidades. Ela ficou babando quando falei do calor que fazia, pois em São Paulo já fazia muito frio segundo ela. Fiquei de ligar de novo quando chegasse em Salvador. Um beijo Dani !
Ficha Técnica
Velocidade média: 23,50 km/h
Velocidade máxima: 58.00 km/h
Percurso total: 121,02 km/h
Tempo de percurso: 5:15 hs
Era domingo, o dia amanheceu nublado e eu achei que choveria durante o dia (aliás, chegou a chover de manhã). O Luiz Henrique ficara de me dar uma carona até o inicio da BR 101 onde reiniciaria a minha viagem, porém, com a ressaca da festa ele só acordaria mais tarde. Como eu não queria incomodar ninguém fui tomar café sozinho e voltei para escrever um pouco. Fui para sala, assisti ao GP de Fórmula 1 e nesse meio tempo todos já haviam acordado.
Terminando o GP começei a me preparar para a saída. Na hora de ir embora chegaram o Tio Henrique e a Tia Nezinha. Na despedida eu ainda teria algumas surpresas. Fui presenteado com seis pacotes de biscoitos (Tostines é claro !) e um cheque de R$ 100,00 oferecido pelo Luiz Henrique (ele já sabia da situação que eu estva passando com o calote dos patrocinadores). Tive que aceitar pois eu não sabia a essa altura do campeonato o que poderia acontecer. Enquanto isso a D' Arc preparava umas mini pizzas que eu levaria para a viagem. Bom, pelo menos hoje eu não passaria fome !
Despedi-me de todos e fomos embora, rumo à estrada. No trajeto deu para conhecer boa parte da cidade. Belas praias, um enorme Shopping Center.
Chegamos ao inicio da rodovia , mais despedidas. Agradeci a força dada pelo Luiz Henrique, de repente o cara se tranformou num patrocinador anônimo. Valeu mesmo Luiz !
Parti às 12:30 hs, o destino era Linhares, distante mais ou menos 120 km. O percurso foi feito sem novidades. A paisagem ainda era a mesma, porém um pouco mais “urbana” devido à proximidade com a capital. A estrada era muito boa, principalmente os últimos 30 km, uma maravilha de estrada, nota 10 !
Passei em várias localidades com destaque para Fundão, Ibirassu e João Neiva. Não almocei, parando apenas para consumir as pizzas e beber água.
Aqui por estas bandas anoitece cedo mesmo, por volta das 17:30 hs eu já pedalava às escuras, parei para me informar sobre a distancia que faltava até Linhares, 30 km ainda, mas conferia com a informação do Luiz Henrique pois o odômetro ainda marcava 97 km.
Dali para frente eu ia pedalar no escuro, guiando-me apenas pela faixa branca que separa a pista do acostamento. Como já disse anteriormente, o acostamento era uma beleza, aliás perfeito. Foi muita adrenalina, pedalar à noite numa estrada por onde nunca havia passado, eu não conhecia um palmo à minha frente. Mas compensou pelo cheiro da mata e pelas milhões de estrelas que se vêem no céu.
Fiquei tão encantado que resolvi fotografar a bike com a estrada ao fundo. Dei um jeito de posicioná-la e ... CLICK ! http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254047316199 Mais adiante eu bateria outra foto na entrada de Linhares.
A lua apareceu para fazer a costumeira escolta e ao passar sobre uma ponte na entrada da cidade ela jogava sua luz sobre a água do rio criando um belo visual.
Entrei na cidade às 20:00 hs indo direto ao quartel do Corpo de Bombeiros local. Fui recebido pelo Sgto. Ferreira, me apresentei e sem frescura ele me arrumou um colchão e um quartinho (aliás um escritório) onde poderia me instalar. Tomei um banho e saí para comer alguma coisa, fui ao banco 24 horase voltei para o quartel. A cidade estava uma festa pois o Flamengo havia vencido o Vasco por 2x0 e se sagrara campeão da Taça Guanabara.
Dormi logo em seguida, abraçado à foto da minha Teté, prá quem já havia ligado um pouco antes...saudades !
Ah ! Eu também liguei para a Dani para contar as novidades. Ela ficou babando quando falei do calor que fazia, pois em São Paulo já fazia muito frio segundo ela. Fiquei de ligar de novo quando chegasse em Salvador. Um beijo Dani !
Ficha Técnica
Velocidade média: 23,50 km/h
Velocidade máxima: 58.00 km/h
Percurso total: 121,02 km/h
Tempo de percurso: 5:15 hs
13º Dia
13º Dia
Após tomar o café da manhã por conta da corporação local, despedi-me de todos e rumei direto para a BR 101.
Sai às 8:00 hs, meu destino era incerto pois haviam duas opções: a primeira seria chegar à São Mateus, distante cerca de 85 Km ou então à Pedro Canário à cerca de 125 Km. A estrada continuava muito boa porém meio que monótona, subidas e descidas se repetiam. Fiz os primeiros 25 Km com tranqüilidade parando apenas à beira da rodovia para retomar energias.
Passa-se em lugares muito bonitos, com destaque para uma reserva florestal e um belo rio que seria minha primeira parada para descanso. O rio divide os municípios de Linhares e Jaguaré http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254048179125 . Tomei vários banhos e quase dormi. Após ½ hora de descanso segui em frente. Uns 20 Km à frente eu pararia para me reabastecer com água e descansar um pouco à sombra pois o sol estava muito forte.
Conheci uma senhora de nome Cleusa, muito gentil, que me deu além de água geladinha, alguns mamões deliciosos que comi ali mesmo. Ela estava se preparando para inaugurar um restaurante e uma lanchonete ali à margem da rodovia. Fiquei de visitá-la na volta, já com sua lanchonete inaugurada. Sucesso dona Cleusa !
Depois disso eu só pararia em São Mateus onde cheguei com o computador assinalando 88 Km. Dei uma bela volta pela cidadezinha procurando um lugar para almoçar. Achei um belo restaurante de nome “Robertinho”. Fica numa bela praça onde há uma construção antiquíssima, dizem que tem mais de 200 anos. Durante o tempo que fiquei ali almoçando pude perceber que a cidade é muito bem servida de mulheres. Dúzias delas passaram à minha frente. Resolvi fotografar ali mesmo aproveitando a bela imagem da Igreja Velha ao fundo http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254048186922 . Posicionei a bike e fiquei aguardando a passagem de algum broto. Por incrível que pareça demorou um tempo para aparecer alguma garota que merecesse aparecer na foto. Bati a foto assim mesmo e fui embora.
Já era tarde, quase 17:00 hs e eu ainda tinha mais ou menos uns 40 km pela frente, fatalmente eu iria pedalar à noite outra vez. Não deu outra, após 40 minutos eu já tinha dificuldade para enxergar. Por sorte logo à frente a rodovia iria melhorar bastante. Eu pedalava agora pela contramão, indo sempre pela pista seguindo a faixa branca que a divide do acostamento, esta era a minha única referência. Já estava me acostumando com a pedalada noturna. Era uma delícia ! O único problema aparece quando a pista some de repente. Isto acontecia várias vezes em trechos que estavam em obra, aí não havia marcação nenhuma na pista, era só o asfalto negro.
À noite porém a rodovia fica mais bonita, o céu pontilhado com milhões de estrelas
, dentre elas à minha esquerda as Três Marias. Estas me faziam lembrar da minha estrelinha principal de nome Sthefanie. Sempre que ia visitá-la à noite ficamos juntos procurando as Três Marias, quando elas aparecem no céu é sinal que vai dar praia no dia seguinte.
Depois de quase 2 horas de “night biker” cheguei à Pedro Canário, fui procurar adivinha o que ? Claro, o quartel do Corpo de Bombeiros, decepção, não havia ali em Pedro Canário. Fiquei louco da vida afinal eu tinha pedalado 144 Km para chegar num local que não tinha quartel do Corpo de Bombeiros, pelo menos havia um quartel da PM, não me animei muito pois até agora não havia sido recebido em nenhum deles. Segui até lá assim mesmo, meio que desanimado, porém eu teria uma bela surpresa. Fui muito bem recebido pelo soldado Batista que fazia a guarda do local, conversamos e ele pediu que aguardasse pelo sargento, pois este estava na ronda.
Ao chegar, e informado pelo soldado Batista, o Sgto. Gutemberg veio à mim, fez algumas perguntas e logo eu estava me acomodando. A surpresa maior veio em seguida pois apesar da corporação já haver jantado, o Sgto. Gutemberg fez questão de me levar ao Restaurante do Tchê, um restaurante situado à direita da rodovia, dentro de um posto de gasolina. Amigo do Sgto. Gutemberg, o Tchê mandou preparar para mim um marmitex que eu iria comer no quartel (não cobrou e ainda me convidou para voltar lá após concluída a viagem). O sargento foi muito legal, inclusive me levando e trazendo de volta ao quartel de carona na viatura. Jantei bem, tentei ver TV, bati um papo com o soldado Batista e fui dormir. Estava muito cansado afinal foram 144 Km. Boa noite !
Ficha Técnica
Velocidade média: 20,70 km/h
Velocidade máxima: 50.00 km/h
Percurso total: 144,29 km/h
Tempo de percurso: 7:35 hs
Após tomar o café da manhã por conta da corporação local, despedi-me de todos e rumei direto para a BR 101.
Sai às 8:00 hs, meu destino era incerto pois haviam duas opções: a primeira seria chegar à São Mateus, distante cerca de 85 Km ou então à Pedro Canário à cerca de 125 Km. A estrada continuava muito boa porém meio que monótona, subidas e descidas se repetiam. Fiz os primeiros 25 Km com tranqüilidade parando apenas à beira da rodovia para retomar energias.
Passa-se em lugares muito bonitos, com destaque para uma reserva florestal e um belo rio que seria minha primeira parada para descanso. O rio divide os municípios de Linhares e Jaguaré http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254048179125 . Tomei vários banhos e quase dormi. Após ½ hora de descanso segui em frente. Uns 20 Km à frente eu pararia para me reabastecer com água e descansar um pouco à sombra pois o sol estava muito forte.
Conheci uma senhora de nome Cleusa, muito gentil, que me deu além de água geladinha, alguns mamões deliciosos que comi ali mesmo. Ela estava se preparando para inaugurar um restaurante e uma lanchonete ali à margem da rodovia. Fiquei de visitá-la na volta, já com sua lanchonete inaugurada. Sucesso dona Cleusa !
Depois disso eu só pararia em São Mateus onde cheguei com o computador assinalando 88 Km. Dei uma bela volta pela cidadezinha procurando um lugar para almoçar. Achei um belo restaurante de nome “Robertinho”. Fica numa bela praça onde há uma construção antiquíssima, dizem que tem mais de 200 anos. Durante o tempo que fiquei ali almoçando pude perceber que a cidade é muito bem servida de mulheres. Dúzias delas passaram à minha frente. Resolvi fotografar ali mesmo aproveitando a bela imagem da Igreja Velha ao fundo http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254048186922 . Posicionei a bike e fiquei aguardando a passagem de algum broto. Por incrível que pareça demorou um tempo para aparecer alguma garota que merecesse aparecer na foto. Bati a foto assim mesmo e fui embora.
Já era tarde, quase 17:00 hs e eu ainda tinha mais ou menos uns 40 km pela frente, fatalmente eu iria pedalar à noite outra vez. Não deu outra, após 40 minutos eu já tinha dificuldade para enxergar. Por sorte logo à frente a rodovia iria melhorar bastante. Eu pedalava agora pela contramão, indo sempre pela pista seguindo a faixa branca que a divide do acostamento, esta era a minha única referência. Já estava me acostumando com a pedalada noturna. Era uma delícia ! O único problema aparece quando a pista some de repente. Isto acontecia várias vezes em trechos que estavam em obra, aí não havia marcação nenhuma na pista, era só o asfalto negro.
À noite porém a rodovia fica mais bonita, o céu pontilhado com milhões de estrelas
, dentre elas à minha esquerda as Três Marias. Estas me faziam lembrar da minha estrelinha principal de nome Sthefanie. Sempre que ia visitá-la à noite ficamos juntos procurando as Três Marias, quando elas aparecem no céu é sinal que vai dar praia no dia seguinte.
Depois de quase 2 horas de “night biker” cheguei à Pedro Canário, fui procurar adivinha o que ? Claro, o quartel do Corpo de Bombeiros, decepção, não havia ali em Pedro Canário. Fiquei louco da vida afinal eu tinha pedalado 144 Km para chegar num local que não tinha quartel do Corpo de Bombeiros, pelo menos havia um quartel da PM, não me animei muito pois até agora não havia sido recebido em nenhum deles. Segui até lá assim mesmo, meio que desanimado, porém eu teria uma bela surpresa. Fui muito bem recebido pelo soldado Batista que fazia a guarda do local, conversamos e ele pediu que aguardasse pelo sargento, pois este estava na ronda.
Ao chegar, e informado pelo soldado Batista, o Sgto. Gutemberg veio à mim, fez algumas perguntas e logo eu estava me acomodando. A surpresa maior veio em seguida pois apesar da corporação já haver jantado, o Sgto. Gutemberg fez questão de me levar ao Restaurante do Tchê, um restaurante situado à direita da rodovia, dentro de um posto de gasolina. Amigo do Sgto. Gutemberg, o Tchê mandou preparar para mim um marmitex que eu iria comer no quartel (não cobrou e ainda me convidou para voltar lá após concluída a viagem). O sargento foi muito legal, inclusive me levando e trazendo de volta ao quartel de carona na viatura. Jantei bem, tentei ver TV, bati um papo com o soldado Batista e fui dormir. Estava muito cansado afinal foram 144 Km. Boa noite !
Ficha Técnica
Velocidade média: 20,70 km/h
Velocidade máxima: 50.00 km/h
Percurso total: 144,29 km/h
Tempo de percurso: 7:35 hs
14º Dia
14º Dia
Completando duas semanas de viagem eu continuava com o problema de sempre, o dinheiro dos patrocinadores (ficara sabendo mais tarde através de um telefonema para minha mãe que outro patrocinador também não havia pago ainda). Ainda assim eu estava decidido à ir em frente e chegar ao final do desafio afinal, aventura é aventura né !
Acordei por volta das 6:30 hs, esperei que todos tomassem o café para ver se sobrava para mim. Não foi preciso pois assim que me viram, os soldados me convidaram para o lanche. (vocês acham que recusei é ? ).
Fui para os meus “aposentos” me preparar e às 8:05 hs estava pronto para partir. Fiquei esperando então que o Sgto. Gutemberg terminasse o seu relatório para que então pudéssemos tirar uma foto junto com os outros soldados http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254048127836 . Despedi-me de todos, um a um, agradenco a ótima hospitalidade.
Eram 8:35 hs quando sai do quartel, a rodovia era bem em frente e a divisa com o estado da Bahia ficava à 16 Km. Às 9:30 hs eu chegaria lá, pedi ao Marden (um garotinho que acabara de conhecer) que tirasse uma foto minha junto à placa indicativa http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254048133140 . Eu chegava à Bahia, o quarto estado dos sete que eu visitaria.
Até aqui 1390 Km percorridos.
Convidei o Marden para tomar um refrigerante mas ele recusou, não quis comer também, ficou ali ao meu lado e só aceitou umas moedas que eu pegara de troco. Ele disse que precisava comprar farinha para levar para sua casa, pelo que entendi ele trocou um refrigerante ou um doce por alguma farinha que iria servir de alimento para sua família... bom garoto !
Agora só pararia para o almoço. Cheguei á Posto da Mata com o computador marcando 55 Km. Fui à um restaurante à beira da rodovia e quase tive um ataque cardiaco quando vi o preço. Um comercial à R$ 5,50 ! perguntei se havia algo mais em conta, o dono respondeu que o mais barato custaria R$ 3,50. Fazer o que né? eu tinha que comer. Quando a comida chegou fiquei sabendo porque o preço era alto, dava para duas pessoas. Um prato de arroz, feijão, salada de tomade com cebola, frango frito (duas coxas e um peito), cenoura cozida, repolho, farofa, macarrão...ufa ! Imaginem como seria um comercial hein ! Depois do almoço sentei à frente do restaurante afim de escrever, mas foi impossível. Logo um rapaz se aproximou fazendo perguntas. Em alguns minutos eu estava rodeado de pessoas curiosas, o pior de tudo é que cada um que chegava repetia as mesmas perguntas.
Fui-me embora parando apenas para observar a paisagem. Bati uma foto da bike junto à uma plantação de eucaliptos http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254048082649 e vi duas mulheres pedindo carona. Ao passar uma delas berrou a famosa frase: “ Tá indo prá onde ?” Sem parar de pedalar respondi com sotaque nordestino: “Fortalezaaaaaaa”, novamente um grito : “ Volte aqui”. Dei ½ volta e parei ao lado das duas, nos apresentamos. A mais nova, que havia me chamado era a Júlia e a outra a Iraci. A Júlia, mais descontraida, me contou que as duas trabalhavam juntas (costuravam e vendiam roupas). Estavam indo para Teixeira de Freitas, meu destino naquele dia. Perguntei se havia lugar prá mim em sua casa (rsrs), surpresa... as duas eram casadas ! Logo conseguiram uma carona, despedi-me das duas e fui embora.
Logo eu partiria em direção a Teixeira de Freitas. A estrada depois da divisa era realmente tudo aquilo que diziam, ou seja, uma merda !. Buracos haviam muitos, acostamento nenhum. Conclusão, eu vinha “dividindo” a pista com caminhões e ônibus o tempo todo.
A paisagem aqui já mudara outra vez. Viam-se pastos, só que meio secos, frutas diferentes foram surgindo, a cada uma eu ia experimentando sem saber o nome. Passei numa grande plantação de mamão, tinha tanto que os próprios plantadores colocavam os frutos à beira da estrada, em barraquinhas. Era só pegar e comer.
O resto da viagem seguiu sem novidades, algumas “fininhas” e buzinadas na orelha depois, eu chegava ao meu destino.
Não havia ali quartel do Corpo de Bombeiros. Fui então procurar pelo quartel da PM. Cheguei ao 13º BPM por volta das 17:15 hs onde o Sgto. Góes me atendeu http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254048673945 . Em menos de 5 minutos após consulta ao seu comandante ele me instalava no alojamento. Tomei um banho e me dirigi ao refeitório dos sargentos e sub-tenentes à convite do Sgto. Góes.
Jantamos e sai para telefonar para a mamãe. Foi quando soube da má notícia (sobre o atraso do pagamento por parte do outro patrocinador). Voltei ao quartel e fui direto para a cama, escrevi um pouco e dormi.
Ficha Técnica
Velocidade média: 20,60 km/h
Velocidade máxima: 55.00 km/h
Percurso total: 103,21 km/h
Tempo de percurso: 5:05 hs
Completando duas semanas de viagem eu continuava com o problema de sempre, o dinheiro dos patrocinadores (ficara sabendo mais tarde através de um telefonema para minha mãe que outro patrocinador também não havia pago ainda). Ainda assim eu estava decidido à ir em frente e chegar ao final do desafio afinal, aventura é aventura né !
Acordei por volta das 6:30 hs, esperei que todos tomassem o café para ver se sobrava para mim. Não foi preciso pois assim que me viram, os soldados me convidaram para o lanche. (vocês acham que recusei é ? ).
Fui para os meus “aposentos” me preparar e às 8:05 hs estava pronto para partir. Fiquei esperando então que o Sgto. Gutemberg terminasse o seu relatório para que então pudéssemos tirar uma foto junto com os outros soldados http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254048127836 . Despedi-me de todos, um a um, agradenco a ótima hospitalidade.
Eram 8:35 hs quando sai do quartel, a rodovia era bem em frente e a divisa com o estado da Bahia ficava à 16 Km. Às 9:30 hs eu chegaria lá, pedi ao Marden (um garotinho que acabara de conhecer) que tirasse uma foto minha junto à placa indicativa http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254048133140 . Eu chegava à Bahia, o quarto estado dos sete que eu visitaria.
Até aqui 1390 Km percorridos.
Convidei o Marden para tomar um refrigerante mas ele recusou, não quis comer também, ficou ali ao meu lado e só aceitou umas moedas que eu pegara de troco. Ele disse que precisava comprar farinha para levar para sua casa, pelo que entendi ele trocou um refrigerante ou um doce por alguma farinha que iria servir de alimento para sua família... bom garoto !
Agora só pararia para o almoço. Cheguei á Posto da Mata com o computador marcando 55 Km. Fui à um restaurante à beira da rodovia e quase tive um ataque cardiaco quando vi o preço. Um comercial à R$ 5,50 ! perguntei se havia algo mais em conta, o dono respondeu que o mais barato custaria R$ 3,50. Fazer o que né? eu tinha que comer. Quando a comida chegou fiquei sabendo porque o preço era alto, dava para duas pessoas. Um prato de arroz, feijão, salada de tomade com cebola, frango frito (duas coxas e um peito), cenoura cozida, repolho, farofa, macarrão...ufa ! Imaginem como seria um comercial hein ! Depois do almoço sentei à frente do restaurante afim de escrever, mas foi impossível. Logo um rapaz se aproximou fazendo perguntas. Em alguns minutos eu estava rodeado de pessoas curiosas, o pior de tudo é que cada um que chegava repetia as mesmas perguntas.
Fui-me embora parando apenas para observar a paisagem. Bati uma foto da bike junto à uma plantação de eucaliptos http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254048082649 e vi duas mulheres pedindo carona. Ao passar uma delas berrou a famosa frase: “ Tá indo prá onde ?” Sem parar de pedalar respondi com sotaque nordestino: “Fortalezaaaaaaa”, novamente um grito : “ Volte aqui”. Dei ½ volta e parei ao lado das duas, nos apresentamos. A mais nova, que havia me chamado era a Júlia e a outra a Iraci. A Júlia, mais descontraida, me contou que as duas trabalhavam juntas (costuravam e vendiam roupas). Estavam indo para Teixeira de Freitas, meu destino naquele dia. Perguntei se havia lugar prá mim em sua casa (rsrs), surpresa... as duas eram casadas ! Logo conseguiram uma carona, despedi-me das duas e fui embora.
Logo eu partiria em direção a Teixeira de Freitas. A estrada depois da divisa era realmente tudo aquilo que diziam, ou seja, uma merda !. Buracos haviam muitos, acostamento nenhum. Conclusão, eu vinha “dividindo” a pista com caminhões e ônibus o tempo todo.
A paisagem aqui já mudara outra vez. Viam-se pastos, só que meio secos, frutas diferentes foram surgindo, a cada uma eu ia experimentando sem saber o nome. Passei numa grande plantação de mamão, tinha tanto que os próprios plantadores colocavam os frutos à beira da estrada, em barraquinhas. Era só pegar e comer.
O resto da viagem seguiu sem novidades, algumas “fininhas” e buzinadas na orelha depois, eu chegava ao meu destino.
Não havia ali quartel do Corpo de Bombeiros. Fui então procurar pelo quartel da PM. Cheguei ao 13º BPM por volta das 17:15 hs onde o Sgto. Góes me atendeu http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254048673945 . Em menos de 5 minutos após consulta ao seu comandante ele me instalava no alojamento. Tomei um banho e me dirigi ao refeitório dos sargentos e sub-tenentes à convite do Sgto. Góes.
Jantamos e sai para telefonar para a mamãe. Foi quando soube da má notícia (sobre o atraso do pagamento por parte do outro patrocinador). Voltei ao quartel e fui direto para a cama, escrevi um pouco e dormi.
Ficha Técnica
Velocidade média: 20,60 km/h
Velocidade máxima: 55.00 km/h
Percurso total: 103,21 km/h
Tempo de percurso: 5:05 hs
15º Dia
15º Dia
Comecei o dia acordando cedo como de costume, fui logo arrumando as tralhas e fiquei esperando o café da manhã que só saia às 7:00 hs. Fui ao refeitório com o Sgto. Góes, comi apenas um pão com manteiga um ovo cozido, depois fomos para a recepção onde fiquei esperando alguém que pudesse tirar uma foto junto a corporação. Tirei ainda uma foto do soldado Marcondes com que fiz grande amizade. Ele havia me pedido uma lembrança e fiquei de mandar a foto pelo correio caso não o encontrasse na volta.
Antes de ir para a estrada passei numa lanchonete onde completei o café da manhã. Saí às 8:00 hs mais ou menos, a saida de Teixeira de Freitas é ótima, já começando com um ladeirão.
Pedalei uns 25 Km até a primeira parada. Havia um laguinho à beira da rodovia http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254048679926 , com gansos e algumas cabeças de gado. Tomei um banho e descansei no sol mesmo pois não havia nenhuma sombra, coisa que havia ficado raro por estas bandas. Tirei uma foto ali do local e fui embora, logo adiante eu pararia outra vez. Desta vez um rebanho me chamou a atenção e decidi tirar uma foto perto dele, as vaquinhas fizeram pose como se fossem modelos... click !
http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254048686843 No Km 42 eu encontrei o primeiro biker viajando como eu. Chamava-se Gilvan e fora apelidado por um amigo jornalista de Andarilho do Pedal http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254048693378 . Conversamos algum tempo, batemos fotos um do outro, ele me contou que já estava na estrada à 157 dias, voltava de uma viagem ao nordeste. Trocamos endereço para correspondencia e fomos embora, cada um pro seu lado.
O destino da minha viagem inicialmente seria Fortaleza pois segundo o guia que havia consultado fica à 3.199 Km. O meu desafio era percorrer o percurso no prazo de 30 dias com uma média diária de 100 Km. Fiquei sabendo porém que Fortaleza ainda ficava à uns 2.000 km e eu já tinha percorrido até aqui cerca de 1.480 Km. Estava portanto dentro da média e com uma vantagem de 80 Km .
Com 68 km percorridos eu pararia em Itamarajú. Fui direto à agência do banco e mais uma vez verifiquei que nem a Gelinho e nem o Fausto Lopes haviam depositado o dinheiro ainda. O cheque que o Luiz Henrique havia me dado ainda não havia sido compensado, conclusão: eu estava duro outra vez ! A falta de dinheiro alí não me preocupava pois já havia acostumado à me virar sem um tostão. O problema todo é que eu tinha que mandar dinheiro para pagar as contas da Sthefanie (escola, plano de saúde) e também mandar o dinheiro pro meu amigo Betinho, referente às camisas que comprara dele.
Almocei em uma cantina indicada por um morador, a cantina do Curió. Almoço normal, sem novidades. Eu queria chegar à Itabela nesse dia, porém o percurso era muito punk, com muitas serras no caminho. O sol estava fortíssimo nesse dia. Além disso eu ainda sentia fortes dores musculares nas coxas, não entendi o porque dessas dores pois eu não tinha cometido nenhuma loucura no dia anterior. A estrada estava a mesma coisa, nenhuma mudança na paisagem. Alguns quilômetros à frente estava o Parque Nacional onde fica o famoso Monte Pascoal http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254049068505 , a primeira visão dos navegadores que descobriram o Brasil (aquele mesmo do “ terra à vista” ). eu queria fotografar o monte mas este ficava 12 Km fora da rodovia. Um pouco mais à frente ficava o povoado de Monte Pascoal onde resolvi pernoitar. Já havia percorrido os 100 Km e não estava afim de arriscar uma pedalada noturna pois a estrada era então ruim, sem acostamento. Valeu à pena parar em Monte Pascoal, pois apesar de ser apenas um povoado onde não havia nenhum quartel o povo local logo deu um jeitinho e acabei dormindo no posto policial. Era um lugar bem simples, o banho eu tive que tomar no lago , lá atrás da delegacia. Aliás era comum as pessoas tomarem banho de rio ali (uma delicia!). Depois de instalado e de banho tomado voltei ao centro de Monte Pascoal onde já havia feito alguns amigos, inclusive uma garota de nome Érika, filha de um vereador local. Ela foi a primeira pessoa à me abordar, ainda no posto telefônico local, onde eu havia ido ligar para os patrocinadores pisões. Fiquei ali, na mesinha de um bar betendo papo até umas 21:00 hs quando começou à bater os sono. Aliás essa viagem fez com que eu me reencontrasse com o mundo dos sonhos, coisa que não acontecia desde o final do meu casamento. Adorei minha passagem por Monte Pascoal. Com certeza voltarei um dia.
Boa noite Teté ! Te amo muito !
Ficha Técnica
Velocidade média: 18,20km/h
Velocidade máxima: 54,70 km/h
Percurso total: 166,33 km/h
Tempo de percurso: 9,15 hs
Comecei o dia acordando cedo como de costume, fui logo arrumando as tralhas e fiquei esperando o café da manhã que só saia às 7:00 hs. Fui ao refeitório com o Sgto. Góes, comi apenas um pão com manteiga um ovo cozido, depois fomos para a recepção onde fiquei esperando alguém que pudesse tirar uma foto junto a corporação. Tirei ainda uma foto do soldado Marcondes com que fiz grande amizade. Ele havia me pedido uma lembrança e fiquei de mandar a foto pelo correio caso não o encontrasse na volta.
Antes de ir para a estrada passei numa lanchonete onde completei o café da manhã. Saí às 8:00 hs mais ou menos, a saida de Teixeira de Freitas é ótima, já começando com um ladeirão.
Pedalei uns 25 Km até a primeira parada. Havia um laguinho à beira da rodovia http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254048679926 , com gansos e algumas cabeças de gado. Tomei um banho e descansei no sol mesmo pois não havia nenhuma sombra, coisa que havia ficado raro por estas bandas. Tirei uma foto ali do local e fui embora, logo adiante eu pararia outra vez. Desta vez um rebanho me chamou a atenção e decidi tirar uma foto perto dele, as vaquinhas fizeram pose como se fossem modelos... click !
http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254048686843 No Km 42 eu encontrei o primeiro biker viajando como eu. Chamava-se Gilvan e fora apelidado por um amigo jornalista de Andarilho do Pedal http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254048693378 . Conversamos algum tempo, batemos fotos um do outro, ele me contou que já estava na estrada à 157 dias, voltava de uma viagem ao nordeste. Trocamos endereço para correspondencia e fomos embora, cada um pro seu lado.
O destino da minha viagem inicialmente seria Fortaleza pois segundo o guia que havia consultado fica à 3.199 Km. O meu desafio era percorrer o percurso no prazo de 30 dias com uma média diária de 100 Km. Fiquei sabendo porém que Fortaleza ainda ficava à uns 2.000 km e eu já tinha percorrido até aqui cerca de 1.480 Km. Estava portanto dentro da média e com uma vantagem de 80 Km .
Com 68 km percorridos eu pararia em Itamarajú. Fui direto à agência do banco e mais uma vez verifiquei que nem a Gelinho e nem o Fausto Lopes haviam depositado o dinheiro ainda. O cheque que o Luiz Henrique havia me dado ainda não havia sido compensado, conclusão: eu estava duro outra vez ! A falta de dinheiro alí não me preocupava pois já havia acostumado à me virar sem um tostão. O problema todo é que eu tinha que mandar dinheiro para pagar as contas da Sthefanie (escola, plano de saúde) e também mandar o dinheiro pro meu amigo Betinho, referente às camisas que comprara dele.
Almocei em uma cantina indicada por um morador, a cantina do Curió. Almoço normal, sem novidades. Eu queria chegar à Itabela nesse dia, porém o percurso era muito punk, com muitas serras no caminho. O sol estava fortíssimo nesse dia. Além disso eu ainda sentia fortes dores musculares nas coxas, não entendi o porque dessas dores pois eu não tinha cometido nenhuma loucura no dia anterior. A estrada estava a mesma coisa, nenhuma mudança na paisagem. Alguns quilômetros à frente estava o Parque Nacional onde fica o famoso Monte Pascoal http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254049068505 , a primeira visão dos navegadores que descobriram o Brasil (aquele mesmo do “ terra à vista” ). eu queria fotografar o monte mas este ficava 12 Km fora da rodovia. Um pouco mais à frente ficava o povoado de Monte Pascoal onde resolvi pernoitar. Já havia percorrido os 100 Km e não estava afim de arriscar uma pedalada noturna pois a estrada era então ruim, sem acostamento. Valeu à pena parar em Monte Pascoal, pois apesar de ser apenas um povoado onde não havia nenhum quartel o povo local logo deu um jeitinho e acabei dormindo no posto policial. Era um lugar bem simples, o banho eu tive que tomar no lago , lá atrás da delegacia. Aliás era comum as pessoas tomarem banho de rio ali (uma delicia!). Depois de instalado e de banho tomado voltei ao centro de Monte Pascoal onde já havia feito alguns amigos, inclusive uma garota de nome Érika, filha de um vereador local. Ela foi a primeira pessoa à me abordar, ainda no posto telefônico local, onde eu havia ido ligar para os patrocinadores pisões. Fiquei ali, na mesinha de um bar betendo papo até umas 21:00 hs quando começou à bater os sono. Aliás essa viagem fez com que eu me reencontrasse com o mundo dos sonhos, coisa que não acontecia desde o final do meu casamento. Adorei minha passagem por Monte Pascoal. Com certeza voltarei um dia.
Boa noite Teté ! Te amo muito !
Ficha Técnica
Velocidade média: 18,20km/h
Velocidade máxima: 54,70 km/h
Percurso total: 166,33 km/h
Tempo de percurso: 9,15 hs
16º Dia
16º Dia
Desesseis dias longe da minha querida Sthefanie, nem sei como estou aguentando. Talvez seja este o maior desafio...estou sentindo uma falata terrível do seu beijinho, do seu abraço e de brincar com ela como fazia quase todas as noites. Andar de bicicleta, coisa que ela também adora e tantas brincadeiras mais, inven tadas por ela mesma.
Lembro que na noite anterior à minha viagem fui desperdir-me dela e apesar de saber que precisava ir dormir cedo, fiquei com ela na calçada até que ela dormisse. Adoro ver seus olhinhos se fechando lentamente, a voz cada vez mais suave até se calar. Nada mais gostoso que poder ter essa imagem todas as noites. Foi-me roubado esse direito mas vou lutar até não poder mais para recuperá-lo. Mas este é outro desafio, vou conseguir !
O dia já estava claro quando acordei. Dormi sozinho na delegacia, na verdade a delegacia nada mais era que uma casa antiga, com uma cela e mais uns cômodos bem pequenos, banheiro teria... quem sabe um dia !
Me arrumei e fui para a pracinha central onde teria que entregar a chave da delegacia. O Cabo que infelizmente esqueci o nome (só sei que era chamado de Terto) viajara logo cedo. Fiquei sentado na mesinha do bar onde havia tomado o café da manhã e me pus à escrever. As pessoas iam se aproximando e fazendo perguntas, eu repetia as respostas várias vezes, à cada pessoa que perguntava, tive que parar de escrever.
Eu ia esperar pela Érika, para tirarmos uma foto juntos mas soube que ela não se encontrava na cidade àquela hora, então resolvi me mandar.
Saí de Monte Pascoal acho que às 8:15 hs, meu destino nem eu sabia. Não sabia onde ia parar.
Os primeiros 26 Km eu fiz praticamente direto, sem parar. Não havia nada no caminho, cheguei à Itabela e dali eu já sabia o que me aguardava... subir, subir, subir, 28 Km só de serra. Até que não foi difícil, pelo menos não tanto quanto diziam. Fiz o percurso mais ou menos em 2 horas, chegando à Eunápolis na hora do almoço. Assim que cheguei fui direto procurar o banco, Gelinho e Fausto Lopes, cadê minha grana hein ? Duas semanas e nada. Felizmente o cheque que ganhei da Belini Distribuidora havia sido compensado, saquei parte do dinheiro e fui almoçar num rodízio à R$ 4,90. Comi prá caramba e fui embora logo em seguida. Gostaria de ficar até a noite pois haveria a inauguração de um supermercado, com trio elétrico e tudo mais. Eu estava louco de vontade de ver uma festa dessas. Fica prá próxima.
O trecho a seguir, segundo me informaram, seria mais fácil e eu só precisava fazer mais 45 Km para continuar na média (aliás ao final do dia eu estaria com 1.690,67 Km percorridos, portanto com quase 100 km de vantagem. Muito bom!
Foi um dia bem monótono, tudo igual e sem nenhuma novidade. O sol forte, a paisagem, banhos à cada passagem por um rio ou lago à beira da estrada. Fotos apenas duas, para registrar a paisagem http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254049062715 e o lindo pôr-do-sol já em Itajimirim http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254049080415 onde cheguei no final da tarde. Amizades, conheci um caminhoneiro chamado Carlos que me abordou em um posto de gasolina, ele morava em Ilhéus e estava indo para o Rio onde ficaria alguns dias. Disse que provavelmente ainda me encontraria na estrada. Ele pega onda e curte rock, mostrou-me umas fitas que ouvia durante a viagem, Offspring, Oásis...bom gosto ! Dei à ele um adesivo da 89 FM e fui embora. Na entrada da cidade de Itajimirim há um barranco onde uns garotos se divertiam. Fotografei o salto mortal que era a principal atração do local. Foi a ultima foto, infelizmente o filme acabou e não consegui nem tirar a foto da cidade. (fica para a volta).
Chegando ao centro de Itajimirim fui direto à prefeitura porém já estava fechada, tive que procurar pelo prefeito em sua casa. Dirigi-me para lá e ao encontrá-lo expus a situação e ele na mesma hora me deu um bilhete com o qual eu conseguiria pousada no Dormitório Tropical. Dormitório aqui é como se chama uma espécie de pousada, quase todas as cidadezinhas possuem. A prefeitura deve ter algum tipo de convênio. Acomodei-me e fui tomar meu banho. Conheci um senhor de nome Edivaldo, ele é vendedor de para-ráios e viaja muito pela região. Estava acompanhado por outro senhor, o “seo” Otávio. Ficamos amigos e após o banho eles me acompanharam até uma cantina onde jantamos. Conversamos bastante, trocamos endereços (ele mora em Itamarajú, por onde eu já tinha passado) e voltamos ao refeitório. Ele não estava muito satisfeito pois pagara pelo quarto a quantia de R$ 6,00 e não havia nem água quente no chuveiro, disse-me que em Eunápolis ele havia pago a mesma quantia por um quarto bem maior, com ventilador, tv e água quente com banheiro no próprio quarto. Eu não reclamava de nada, afinal era de graça !
Escrevi e fui dormir, como sempre ao lado da foto da minha princesinha. Boa noite filha, sonhe comigo !
Ficha Técnica
Velocidade média: 17,90 km/h
Velocidade máxima: 57,40 km/h
Percurso total: 95,86 km/h
Tempo de percurso: 5:35 hs
Desesseis dias longe da minha querida Sthefanie, nem sei como estou aguentando. Talvez seja este o maior desafio...estou sentindo uma falata terrível do seu beijinho, do seu abraço e de brincar com ela como fazia quase todas as noites. Andar de bicicleta, coisa que ela também adora e tantas brincadeiras mais, inven tadas por ela mesma.
Lembro que na noite anterior à minha viagem fui desperdir-me dela e apesar de saber que precisava ir dormir cedo, fiquei com ela na calçada até que ela dormisse. Adoro ver seus olhinhos se fechando lentamente, a voz cada vez mais suave até se calar. Nada mais gostoso que poder ter essa imagem todas as noites. Foi-me roubado esse direito mas vou lutar até não poder mais para recuperá-lo. Mas este é outro desafio, vou conseguir !
O dia já estava claro quando acordei. Dormi sozinho na delegacia, na verdade a delegacia nada mais era que uma casa antiga, com uma cela e mais uns cômodos bem pequenos, banheiro teria... quem sabe um dia !
Me arrumei e fui para a pracinha central onde teria que entregar a chave da delegacia. O Cabo que infelizmente esqueci o nome (só sei que era chamado de Terto) viajara logo cedo. Fiquei sentado na mesinha do bar onde havia tomado o café da manhã e me pus à escrever. As pessoas iam se aproximando e fazendo perguntas, eu repetia as respostas várias vezes, à cada pessoa que perguntava, tive que parar de escrever.
Eu ia esperar pela Érika, para tirarmos uma foto juntos mas soube que ela não se encontrava na cidade àquela hora, então resolvi me mandar.
Saí de Monte Pascoal acho que às 8:15 hs, meu destino nem eu sabia. Não sabia onde ia parar.
Os primeiros 26 Km eu fiz praticamente direto, sem parar. Não havia nada no caminho, cheguei à Itabela e dali eu já sabia o que me aguardava... subir, subir, subir, 28 Km só de serra. Até que não foi difícil, pelo menos não tanto quanto diziam. Fiz o percurso mais ou menos em 2 horas, chegando à Eunápolis na hora do almoço. Assim que cheguei fui direto procurar o banco, Gelinho e Fausto Lopes, cadê minha grana hein ? Duas semanas e nada. Felizmente o cheque que ganhei da Belini Distribuidora havia sido compensado, saquei parte do dinheiro e fui almoçar num rodízio à R$ 4,90. Comi prá caramba e fui embora logo em seguida. Gostaria de ficar até a noite pois haveria a inauguração de um supermercado, com trio elétrico e tudo mais. Eu estava louco de vontade de ver uma festa dessas. Fica prá próxima.
O trecho a seguir, segundo me informaram, seria mais fácil e eu só precisava fazer mais 45 Km para continuar na média (aliás ao final do dia eu estaria com 1.690,67 Km percorridos, portanto com quase 100 km de vantagem. Muito bom!
Foi um dia bem monótono, tudo igual e sem nenhuma novidade. O sol forte, a paisagem, banhos à cada passagem por um rio ou lago à beira da estrada. Fotos apenas duas, para registrar a paisagem http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254049062715 e o lindo pôr-do-sol já em Itajimirim http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254049080415 onde cheguei no final da tarde. Amizades, conheci um caminhoneiro chamado Carlos que me abordou em um posto de gasolina, ele morava em Ilhéus e estava indo para o Rio onde ficaria alguns dias. Disse que provavelmente ainda me encontraria na estrada. Ele pega onda e curte rock, mostrou-me umas fitas que ouvia durante a viagem, Offspring, Oásis...bom gosto ! Dei à ele um adesivo da 89 FM e fui embora. Na entrada da cidade de Itajimirim há um barranco onde uns garotos se divertiam. Fotografei o salto mortal que era a principal atração do local. Foi a ultima foto, infelizmente o filme acabou e não consegui nem tirar a foto da cidade. (fica para a volta).
Chegando ao centro de Itajimirim fui direto à prefeitura porém já estava fechada, tive que procurar pelo prefeito em sua casa. Dirigi-me para lá e ao encontrá-lo expus a situação e ele na mesma hora me deu um bilhete com o qual eu conseguiria pousada no Dormitório Tropical. Dormitório aqui é como se chama uma espécie de pousada, quase todas as cidadezinhas possuem. A prefeitura deve ter algum tipo de convênio. Acomodei-me e fui tomar meu banho. Conheci um senhor de nome Edivaldo, ele é vendedor de para-ráios e viaja muito pela região. Estava acompanhado por outro senhor, o “seo” Otávio. Ficamos amigos e após o banho eles me acompanharam até uma cantina onde jantamos. Conversamos bastante, trocamos endereços (ele mora em Itamarajú, por onde eu já tinha passado) e voltamos ao refeitório. Ele não estava muito satisfeito pois pagara pelo quarto a quantia de R$ 6,00 e não havia nem água quente no chuveiro, disse-me que em Eunápolis ele havia pago a mesma quantia por um quarto bem maior, com ventilador, tv e água quente com banheiro no próprio quarto. Eu não reclamava de nada, afinal era de graça !
Escrevi e fui dormir, como sempre ao lado da foto da minha princesinha. Boa noite filha, sonhe comigo !
Ficha Técnica
Velocidade média: 17,90 km/h
Velocidade máxima: 57,40 km/h
Percurso total: 95,86 km/h
Tempo de percurso: 5:35 hs
17º Dia
17º Dia
Após uma bela noite de sono acordei bem disposto. Olhei pela janela e pude ver que a padaria já estava aberta. Comprei 4 pães de sal, como aqui é chamado nosso pão francês e meio pote de margarina. Voltei para o dormitório e comi, deixando dois deles para a viagem. Completei o café da manhã comendo dois mamões que havia “achado” na estrada e um copo de café. Após me despedir do “seo” Edivaldo e do “seo” Otávio sai em direção à prefeitura afim de agradecer a hospedagem e eme despedir também do prefeito. O Sr. Manoel Lima. Ele não se encontrava mas deixei um recado. Valeu !
O trajeto até minha primeira parada para descanso aos 38 Km foi um tanto puxado, pois ao contrário do que haviam me informado ainda havia um bom trecho de serra. Neste dia o sol estava fortíssimo e a água por aqui começava a se tornar rara. Não havi nenhum posto de gasolina num trecho de mais de 30 Km. Eu deveria parar em Itapebi, mas quando notei já havia passado direto. Azar o meu né !
Parei um pouco adiante para conseguir água. Consegui um pouco num restaurante em um lugar chamado Ventania. A água era amarela, mas era só o que tinha. Segui em frente e após 5 Km encontrei uma localidade de nome Teixeira do Progresso onde pensava em almoçar porém não havia um restaurante à beira da rodovia. Tive que entrar na cidade e achei um que me agradou. Tava na hora do rango e foi ali mesmo. Um prato com a famosa carne de sol, macarrão, arroz, feijão, salada de cebola e tomate. O preço de R$ 2,00 tava bom, prá beber, água e só.
Descansei um pouco na área que havia na lateral do restaurante, saindo meia hora depois. Precisava percorrer pelo menos 45 Km para manter a média, a rodovia ainda se encontrava em más condições com trechos sem acostamento, ainda havia algumas serras à vencer e o calor a esta altura estava insuportável.
A paisagem não se modificara e nada acontecia de diferente. Alguns rios, um deles muito bonito, o Rio Pardo. Da ponte que o atravessava daria para bater uma bela foto mas filme agora, acho que só em Itabuna. Como não havia novidades o jeito era ir vencendo os quilômetros que me separavam do final do desafio. Aos poucos eu tô chegando !
Parei num posto da Policia Rodoviária para pedir água gelada e me informar sobre as próximas cidades. Um soldado me informou que a 4 Km dali havia um posto de gasolina onde poderia conseguir pousada naquela noite. Cheguei ao posto e aproveitei para telefonar para os patrocinadores pisões. Consegui falar com o Fausto Lopes que se desculpou e combinou de fazer o pagamento diretamente à minha ex-mulher. É esperar prá ver !
Decidi pedalar mais um pouco pois ainda era cedo e eu não havia feito os 100 Km para conseguir a média. Mais a frente eu teria a opção do povoado de Bom Jesus que ficava à beira da estrada, ou seguir até Camacã, uma cidadezinha distante uns 6 Km da rodovia. Optei pela segunda opção, achei que seria mais interessante. Fui primeiro a um posto da Policia Militar mas nem cheguei a tentar conseguir o pernoite pois fiquei sabendo que ali não havia alojamento, a prefeitura ficava ali perto e resolvi ir até lá. A prefeitura fica bem na entrada da cidade, aliás, diga-se de passagem o acesso à Camacã é uma maravilha, uma linda estradinha muito bem cuidada e ladeada por grandes árvores, produzindo um belo visual.
Ao chegar à prefeitura havia uma grande correria, eram quase 18:00hs e os funcionários estavam de saída, outros corriam para terminar alguma tarefa.
Falei com uma senhora que me pediu para aguardar um pouco, sentei-me e fiquei aguardando um bom tempo. Um rapaz passou por mim várias vezes e notei que ele estava louco prá me perguntar alguma coisa. Numa dessas passagens ele finalmente parou e se ofereceu para ajudar. Seu nome era Helder. Ele foi ao acessor do prefeito, de nome Paulo. O Paulo se dirigiu à mim, fez umas três perguntas e pediu minha identidade, pronto ! Em alguns minutos ele voltou com uma recomendação ao Hotel Paris para que me concedessem uma diária por conta da prefeitura, assinada pelo prefeito Manoel Messias. Logo em seguida eu conheceria o prefeito e seu futuro sucessor.
O prefeito era bem novo ainda, dizia ter apenas 30 anos. Boa gente !
Fui procurar o Hotel Paris que ficava logo adiante no centro. Era um hotel pequeno, mas limpíssimo e confortável. Havia sala de tv, água quente e eu teria ainda um belo café da manhã.
Após tomar um banho demorado, troquei de roupa, descansei uma meia hora e fui jantar, dei uma volta pela cidadezinha e voltei pro hotel. Após assistir um pouco de tv fui dormir. Amanhã é prá Itabuna !
Ficha Técnica
Velocidade média: 20,10 km/h
Velocidade máxima: 52,90 km/h
Percurso total: 107,51 km/h
Tempo de percurso: 5:35 hs
Após uma bela noite de sono acordei bem disposto. Olhei pela janela e pude ver que a padaria já estava aberta. Comprei 4 pães de sal, como aqui é chamado nosso pão francês e meio pote de margarina. Voltei para o dormitório e comi, deixando dois deles para a viagem. Completei o café da manhã comendo dois mamões que havia “achado” na estrada e um copo de café. Após me despedir do “seo” Edivaldo e do “seo” Otávio sai em direção à prefeitura afim de agradecer a hospedagem e eme despedir também do prefeito. O Sr. Manoel Lima. Ele não se encontrava mas deixei um recado. Valeu !
O trajeto até minha primeira parada para descanso aos 38 Km foi um tanto puxado, pois ao contrário do que haviam me informado ainda havia um bom trecho de serra. Neste dia o sol estava fortíssimo e a água por aqui começava a se tornar rara. Não havi nenhum posto de gasolina num trecho de mais de 30 Km. Eu deveria parar em Itapebi, mas quando notei já havia passado direto. Azar o meu né !
Parei um pouco adiante para conseguir água. Consegui um pouco num restaurante em um lugar chamado Ventania. A água era amarela, mas era só o que tinha. Segui em frente e após 5 Km encontrei uma localidade de nome Teixeira do Progresso onde pensava em almoçar porém não havia um restaurante à beira da rodovia. Tive que entrar na cidade e achei um que me agradou. Tava na hora do rango e foi ali mesmo. Um prato com a famosa carne de sol, macarrão, arroz, feijão, salada de cebola e tomate. O preço de R$ 2,00 tava bom, prá beber, água e só.
Descansei um pouco na área que havia na lateral do restaurante, saindo meia hora depois. Precisava percorrer pelo menos 45 Km para manter a média, a rodovia ainda se encontrava em más condições com trechos sem acostamento, ainda havia algumas serras à vencer e o calor a esta altura estava insuportável.
A paisagem não se modificara e nada acontecia de diferente. Alguns rios, um deles muito bonito, o Rio Pardo. Da ponte que o atravessava daria para bater uma bela foto mas filme agora, acho que só em Itabuna. Como não havia novidades o jeito era ir vencendo os quilômetros que me separavam do final do desafio. Aos poucos eu tô chegando !
Parei num posto da Policia Rodoviária para pedir água gelada e me informar sobre as próximas cidades. Um soldado me informou que a 4 Km dali havia um posto de gasolina onde poderia conseguir pousada naquela noite. Cheguei ao posto e aproveitei para telefonar para os patrocinadores pisões. Consegui falar com o Fausto Lopes que se desculpou e combinou de fazer o pagamento diretamente à minha ex-mulher. É esperar prá ver !
Decidi pedalar mais um pouco pois ainda era cedo e eu não havia feito os 100 Km para conseguir a média. Mais a frente eu teria a opção do povoado de Bom Jesus que ficava à beira da estrada, ou seguir até Camacã, uma cidadezinha distante uns 6 Km da rodovia. Optei pela segunda opção, achei que seria mais interessante. Fui primeiro a um posto da Policia Militar mas nem cheguei a tentar conseguir o pernoite pois fiquei sabendo que ali não havia alojamento, a prefeitura ficava ali perto e resolvi ir até lá. A prefeitura fica bem na entrada da cidade, aliás, diga-se de passagem o acesso à Camacã é uma maravilha, uma linda estradinha muito bem cuidada e ladeada por grandes árvores, produzindo um belo visual.
Ao chegar à prefeitura havia uma grande correria, eram quase 18:00hs e os funcionários estavam de saída, outros corriam para terminar alguma tarefa.
Falei com uma senhora que me pediu para aguardar um pouco, sentei-me e fiquei aguardando um bom tempo. Um rapaz passou por mim várias vezes e notei que ele estava louco prá me perguntar alguma coisa. Numa dessas passagens ele finalmente parou e se ofereceu para ajudar. Seu nome era Helder. Ele foi ao acessor do prefeito, de nome Paulo. O Paulo se dirigiu à mim, fez umas três perguntas e pediu minha identidade, pronto ! Em alguns minutos ele voltou com uma recomendação ao Hotel Paris para que me concedessem uma diária por conta da prefeitura, assinada pelo prefeito Manoel Messias. Logo em seguida eu conheceria o prefeito e seu futuro sucessor.
O prefeito era bem novo ainda, dizia ter apenas 30 anos. Boa gente !
Fui procurar o Hotel Paris que ficava logo adiante no centro. Era um hotel pequeno, mas limpíssimo e confortável. Havia sala de tv, água quente e eu teria ainda um belo café da manhã.
Após tomar um banho demorado, troquei de roupa, descansei uma meia hora e fui jantar, dei uma volta pela cidadezinha e voltei pro hotel. Após assistir um pouco de tv fui dormir. Amanhã é prá Itabuna !
Ficha Técnica
Velocidade média: 20,10 km/h
Velocidade máxima: 52,90 km/h
Percurso total: 107,51 km/h
Tempo de percurso: 5:35 hs
18º Dia
18º Dia
O dia seria marcado por dois problemas de doença, minha e da bike. Dormi mal e a comida do dia anterior não “caiu” bem. Acho que foi a “catada de caranguejo” (comida típica daqui). O calor prá variar aumentava a medida que eu ia em direção ao nordeste. A estrada estava ruim, prá variar, sem acostamento, mas já não havia tantas subidas. O problema todo era comigo mesmo. Nesse dia tomei um bom café da manhã no hotel e foi só. Não deu vontade de comer mais nada, nem almocei. Depois de umas duas horas de pedalada pensamentos imundos tomavam conta de mim, esses pensamentos foram aumentando até que não resisti e tive que ir “lá fora”. Daí prá frente foi um inferno, a cada subida mais forte era uma parada, fiquei mal, muito fraco mesmo, não acreditava que fosse chegar à Itabuna, só me animei quando ao chegar em um posto de gasolina fui informado que faltavam “apenas” 33 Km. Prá acabar de “f...” meu dia a bike também ficou dodói, invejosa né ! Começou a apresentar problemas com a relação que falhava direto. Era só forçar um pouco e a corrente pulava.
Depois de muita luta cheguei à Itabuna, fui ao quartel da PM, sendo recebido pelo soldado Rui. Em alguns minutos ele me levou ao subtenente Siqueira que sem burocracia nenhuma liberou um alojamento só prá mim. Era cedo ainda e fui ao centro de Itabuna na tentativa de revelar o filme que havia acabado. Fiquei com medo de tirá-lo pois já havia tido problemas e não queria perder as fotos. Consegui trocar o filme mas não revelá-lo, pois não havia revelação àquela hora, no sábado.
Voltei ao quartel, jantei e fui direto pro banheiro. É, a coisa tava preta mesmo, aliás, preta não... marrom !
Dormi cedo, protegido por uma tela mosquiteira, muito comum por aqui já que os mosquitos atacam mesmo. Durante a madrugada ainda passaria mal de novo, noite de cão !
Ficha Técnica
Velocidade média: 19,90 km/h
Velocidade máxima: 52,80 km/h
Percurso total: 85,57 km/h
Tempo de percurso: 4:30 hs
O dia seria marcado por dois problemas de doença, minha e da bike. Dormi mal e a comida do dia anterior não “caiu” bem. Acho que foi a “catada de caranguejo” (comida típica daqui). O calor prá variar aumentava a medida que eu ia em direção ao nordeste. A estrada estava ruim, prá variar, sem acostamento, mas já não havia tantas subidas. O problema todo era comigo mesmo. Nesse dia tomei um bom café da manhã no hotel e foi só. Não deu vontade de comer mais nada, nem almocei. Depois de umas duas horas de pedalada pensamentos imundos tomavam conta de mim, esses pensamentos foram aumentando até que não resisti e tive que ir “lá fora”. Daí prá frente foi um inferno, a cada subida mais forte era uma parada, fiquei mal, muito fraco mesmo, não acreditava que fosse chegar à Itabuna, só me animei quando ao chegar em um posto de gasolina fui informado que faltavam “apenas” 33 Km. Prá acabar de “f...” meu dia a bike também ficou dodói, invejosa né ! Começou a apresentar problemas com a relação que falhava direto. Era só forçar um pouco e a corrente pulava.
Depois de muita luta cheguei à Itabuna, fui ao quartel da PM, sendo recebido pelo soldado Rui. Em alguns minutos ele me levou ao subtenente Siqueira que sem burocracia nenhuma liberou um alojamento só prá mim. Era cedo ainda e fui ao centro de Itabuna na tentativa de revelar o filme que havia acabado. Fiquei com medo de tirá-lo pois já havia tido problemas e não queria perder as fotos. Consegui trocar o filme mas não revelá-lo, pois não havia revelação àquela hora, no sábado.
Voltei ao quartel, jantei e fui direto pro banheiro. É, a coisa tava preta mesmo, aliás, preta não... marrom !
Dormi cedo, protegido por uma tela mosquiteira, muito comum por aqui já que os mosquitos atacam mesmo. Durante a madrugada ainda passaria mal de novo, noite de cão !
Ficha Técnica
Velocidade média: 19,90 km/h
Velocidade máxima: 52,80 km/h
Percurso total: 85,57 km/h
Tempo de percurso: 4:30 hs
19º Dia
19º Dia
Como era de se esperar, após uma péssima noite de sono eu estava mal e fraco, sem vontade de comer. Mesmo assim fui ao refeitório e comi apenas um ovo cozido e um pãozinho.
Fui para o alojamento e fiquei esperando pela “reação”. Desta vez não houve “reação”, mesmo assim fiquei deitado ali, perto do banheiro para o caso de alguma emergência.
Somente mais tarde resolvi comer alguma coisa, pedi autorização ao sargento responsável pelo rancho para fazer uma vitamina com frutas. A feira aqui é muito interessante pois não há barracas, tudo é colocado no chão mesmo. Encontra-se todos os tipos de frutas típicas da região como, acerola, cajá, cacau e tantas outras. Outra diferença é que as padarias fecham aos domingos. Uma delas, fui informado, só abriria às 15:30 hs.
Voltei ao quartel, fiz a vitamina e tomei, comi ainda durante o dia apenas um pacote de biscoitos e mais nada. Passei o dia inteiro deitado sozinho no alojamento pois não havia tv no quartel. De companhia eu tinha apenas as fotos da Teté, era pouco prá tanta saudade. Escrevi uma carta prá ela e pela primeira vez na viagem chorei. Muitas saudades !
Sem ficha técnica.
Como era de se esperar, após uma péssima noite de sono eu estava mal e fraco, sem vontade de comer. Mesmo assim fui ao refeitório e comi apenas um ovo cozido e um pãozinho.
Fui para o alojamento e fiquei esperando pela “reação”. Desta vez não houve “reação”, mesmo assim fiquei deitado ali, perto do banheiro para o caso de alguma emergência.
Somente mais tarde resolvi comer alguma coisa, pedi autorização ao sargento responsável pelo rancho para fazer uma vitamina com frutas. A feira aqui é muito interessante pois não há barracas, tudo é colocado no chão mesmo. Encontra-se todos os tipos de frutas típicas da região como, acerola, cajá, cacau e tantas outras. Outra diferença é que as padarias fecham aos domingos. Uma delas, fui informado, só abriria às 15:30 hs.
Voltei ao quartel, fiz a vitamina e tomei, comi ainda durante o dia apenas um pacote de biscoitos e mais nada. Passei o dia inteiro deitado sozinho no alojamento pois não havia tv no quartel. De companhia eu tinha apenas as fotos da Teté, era pouco prá tanta saudade. Escrevi uma carta prá ela e pela primeira vez na viagem chorei. Muitas saudades !
Sem ficha técnica.
20º Dia
20º Dia
Consegui dormir um pouco melhor apesar da dor de estômago continuar. Ainda estava meio fraco porém sabia que tinha que partir pois seria muito difícil recuperar dois dias perdidos. Fui ao refeitório levando os dois abacates que comprara no dia anterior, pedi um pouco de açúcar e fiz um mingau. Foi o café da manhã.
Despedi-me de todos e parti às 7:53 hs. Queria chegar à Camumú seguindo a rota indicada pelo “seo” Edivaldo. No começo não fui indo bem na manhã pois ainda estava mal. A bike também não ajudava com o problema da transmissão. Mesmo assim ainda pedalei cerca de 28 Km até a primeira parada para descanso, à beira da rodovia.
Deitei-me, descansei mas não comi nada, meia hora depois segui em frente. A estrada estava boa, sem muita subida, e o tempo nublado ajudava. O problema todo éramos nós, eu e a bike doentes. A paisagem neste trecho havia se modificado bruscamente, mais parecia que eu estava no litoral de São Paulo. Desapareceram as fazendas que deram lugar a uma imensa vegetação. Enormes árvores, jaqueiras, cacaueiros e tantas outras. Aqui também se viam lindos pássaros, e o melhor de tudo... soltos ! Lugar para parar por aqui quase não tinha, em 30/40 km não havia um só povoado. O jeito foi seguir em frente. Ao meio dia eu já tinha pedalado 68 km chegando à Ubaitaba, onde iria almoçar. Parei no acostamento e enquanto conferia o computador, vários garotos se aproximavam começando o interrogatório. De repente um estouro, lá se foi o pneu traseiro. Por sorte eu estava bem em frente à uma borracharia. Consertei a câmara de ar mas precisaria trocar o pneu. Almocei por ali mesmo e fui ao centro procurar pelo pneu. Procurei em uma bicicletaria, aliás duas, pois apesar do preço ser igual, na primeira delas o mecânico estava bêbado e isto ao meio dia (é mole ?). na segunda fui atendido pelo Wellington que me fez um desconto no pneu. Aproveitei prá pedir a ele que desse uma olhada na transmissão. O problema era a corrente, os seus elos estavam travados, apesar dela estar bem lubrificada, tentamos trocar a corrente pela sobressalente mas ela não “casava”. Ai tive que dar um jeitinho, lavamos a corrente toda e depois de muito trabalho achei um jeito de soltar os elos com um martelo. Deu certo ! Perdi tres horas em Ubaitaba e sai voando.
Segundo informações, faltavam 40 km até Camumu e já eram quase 16:00 hs. Cheguei à BR 101, peguei à direita e nem parei.
A partir daí a estrada ficaria lindíssima, com uma bela paisagem. O único problema é que eram só subidonas e descidinhas. O pior é que pela placa indicativa Camumú estava à “apenas” 47 Km, chegar lá hoje, impossível !
Eu já pedalava no escuro quando cheguei a uma casinha na beira da estrada, fui informado que 1 Km à frente (na verdade eram 3 !) estava uma vila chamada Orojó, onde parei. Camumu ainda estava à 20 Km. Resolvi pegar uma carona pois já havia pedalado 107 Km. Fiquei sentado á beira da rodovia, junto com a criançada local. Acabei tirando uma foto deles. Enquanto eu aguardava eles conversavam ao meu lado. Eu ria muito com o jeito deles falarem (um barato).
Depois de esperar um tempão sem que passasse nenhum carro, acabei desistindo de pegar carona e fui procurar um lugar prá dormir. Fui aconselhado a procurar a serraria local, fomos até lá, eu e a molecada que me acompanhava. Falei com o gerente, o Raimundo, que apesar de não poder me ajudar, acabou me levando até o administrador do local. Seu nome era Silvano. Ele sugeriu que eu dormisse na casa onde era a antiga delegacia e pediu aos garotos que fossem atrás das chaves. Fiquei ali esperando na porta da sua casa, enquanto conversava com a rapaziada do local. Como os garotos estavam demorando, o Silvano, muito gentilmente acabou me convidando prá dormir ali mesmo em sua casa. O Silvano é casado com a Eline e tem dois lindos filhos, Mara de 3 anos e o Davi de 1 ano e meio http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254049471868 . Bela familia !
Ele me cedeu um quartinho onde me acomodei após tomar um banho de balde pois aqui não há água corrente. Banho frio ! Após comer alguns biscoitos com tubaina fui dormir, eram 21:30 hs.
Ficha Técnica
Velocidade média: 18,10 km/h
Velocidade máxima: 67,40 km/h
Percurso total: 107,20 km/h
Tempo de percurso: 6:30 hs
Consegui dormir um pouco melhor apesar da dor de estômago continuar. Ainda estava meio fraco porém sabia que tinha que partir pois seria muito difícil recuperar dois dias perdidos. Fui ao refeitório levando os dois abacates que comprara no dia anterior, pedi um pouco de açúcar e fiz um mingau. Foi o café da manhã.
Despedi-me de todos e parti às 7:53 hs. Queria chegar à Camumú seguindo a rota indicada pelo “seo” Edivaldo. No começo não fui indo bem na manhã pois ainda estava mal. A bike também não ajudava com o problema da transmissão. Mesmo assim ainda pedalei cerca de 28 Km até a primeira parada para descanso, à beira da rodovia.
Deitei-me, descansei mas não comi nada, meia hora depois segui em frente. A estrada estava boa, sem muita subida, e o tempo nublado ajudava. O problema todo éramos nós, eu e a bike doentes. A paisagem neste trecho havia se modificado bruscamente, mais parecia que eu estava no litoral de São Paulo. Desapareceram as fazendas que deram lugar a uma imensa vegetação. Enormes árvores, jaqueiras, cacaueiros e tantas outras. Aqui também se viam lindos pássaros, e o melhor de tudo... soltos ! Lugar para parar por aqui quase não tinha, em 30/40 km não havia um só povoado. O jeito foi seguir em frente. Ao meio dia eu já tinha pedalado 68 km chegando à Ubaitaba, onde iria almoçar. Parei no acostamento e enquanto conferia o computador, vários garotos se aproximavam começando o interrogatório. De repente um estouro, lá se foi o pneu traseiro. Por sorte eu estava bem em frente à uma borracharia. Consertei a câmara de ar mas precisaria trocar o pneu. Almocei por ali mesmo e fui ao centro procurar pelo pneu. Procurei em uma bicicletaria, aliás duas, pois apesar do preço ser igual, na primeira delas o mecânico estava bêbado e isto ao meio dia (é mole ?). na segunda fui atendido pelo Wellington que me fez um desconto no pneu. Aproveitei prá pedir a ele que desse uma olhada na transmissão. O problema era a corrente, os seus elos estavam travados, apesar dela estar bem lubrificada, tentamos trocar a corrente pela sobressalente mas ela não “casava”. Ai tive que dar um jeitinho, lavamos a corrente toda e depois de muito trabalho achei um jeito de soltar os elos com um martelo. Deu certo ! Perdi tres horas em Ubaitaba e sai voando.
Segundo informações, faltavam 40 km até Camumu e já eram quase 16:00 hs. Cheguei à BR 101, peguei à direita e nem parei.
A partir daí a estrada ficaria lindíssima, com uma bela paisagem. O único problema é que eram só subidonas e descidinhas. O pior é que pela placa indicativa Camumú estava à “apenas” 47 Km, chegar lá hoje, impossível !
Eu já pedalava no escuro quando cheguei a uma casinha na beira da estrada, fui informado que 1 Km à frente (na verdade eram 3 !) estava uma vila chamada Orojó, onde parei. Camumu ainda estava à 20 Km. Resolvi pegar uma carona pois já havia pedalado 107 Km. Fiquei sentado á beira da rodovia, junto com a criançada local. Acabei tirando uma foto deles. Enquanto eu aguardava eles conversavam ao meu lado. Eu ria muito com o jeito deles falarem (um barato).
Depois de esperar um tempão sem que passasse nenhum carro, acabei desistindo de pegar carona e fui procurar um lugar prá dormir. Fui aconselhado a procurar a serraria local, fomos até lá, eu e a molecada que me acompanhava. Falei com o gerente, o Raimundo, que apesar de não poder me ajudar, acabou me levando até o administrador do local. Seu nome era Silvano. Ele sugeriu que eu dormisse na casa onde era a antiga delegacia e pediu aos garotos que fossem atrás das chaves. Fiquei ali esperando na porta da sua casa, enquanto conversava com a rapaziada do local. Como os garotos estavam demorando, o Silvano, muito gentilmente acabou me convidando prá dormir ali mesmo em sua casa. O Silvano é casado com a Eline e tem dois lindos filhos, Mara de 3 anos e o Davi de 1 ano e meio http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254049471868 . Bela familia !
Ele me cedeu um quartinho onde me acomodei após tomar um banho de balde pois aqui não há água corrente. Banho frio ! Após comer alguns biscoitos com tubaina fui dormir, eram 21:30 hs.
Ficha Técnica
Velocidade média: 18,10 km/h
Velocidade máxima: 67,40 km/h
Percurso total: 107,20 km/h
Tempo de percurso: 6:30 hs
21º Dia
21º Dia
Depois de uma bela dormida, acordei às 6:30 hs. O Silvano já acordara e preparava o café. Fui até a venda para comprar pão, porém já havia acabado. Voltei e acabamos tomando café com biscoitos que o Silvano trouxe do seu mercadinho. Escrevi um pouco e comecei a me preparar para a saída. Aguardei o Silvano voltar para a foto junto com sua familia. Ele fôra ao seu mercadinho e me trazia dois pacotes de biscoito para viagem (amigo é isso mesmo). Fui embora às 7:53 hs rumo à Valença, distante uns 97 Km. A estrada continuava ainda com trechos de serra, um sobe e desce danado !
O primeiro lugar à visitar seria Acaraí, pequeno povoado onde existe uma bela cachoeira e um rio onde as mulheres lavam suas roupas. Tirei uma foto http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254049404972 , descansei um pouco e fui embora. Passei pelo centro de Camumú, parando apenas para dar uma olhadinha no cais de onde partem várias embarcações com destino às praias. Eu já estava próximo ao litoral, que saudades de uma bela praia !
Segui viagem rumo à Valença. Que estrada! Apesar de muito bonita, é deserta, não há postos de gasolina e nem povoados numa distancia de 20/30 Km. Ao chegar mais à frente havia uma grande cachoeira porém distante 2,5 km da rodovia. Fazia muito calor (prá variar né) e eu não resisti. Peguei a estradinha à esquerda e descobri que tinha errado o caminho. Tive que atravessar o rio com a bike nas costas. A estradinha de terra batida me fazia matar saudades do montain bike, outro esporte que adoro.
A cachoeira era realmente lindíssima. Enorme, devia ter uns 40 metros de altura e com grande volume de água. Quase não deu para fotografá-la inteira http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254049413295 . Fiquei alí admirando aquela beleza toda e pensando como seria bom se estivesse ali ao lado da minha querida Teté. Sempre penso nela quando chego num lugar assim. Dá uma saudade, mas fazer o que né... tenho que seguir em frente !
Uns 4 km a frente estava Itubirá, uma simpática cidadezinha onde almocei ao ar livre e ao som da rádio local que divulgava todas as noticias da cidade, inclusive anúncios de compra e venda (interessante !).
Após algum descanso parti com destino à Valença, já sabendo que me faltavam 48 Km à percorrer. Neste trecho da estrada existem uma infinidade de povoados e cidadezinhas, bem ao contrário do percurso feito pela manhã, talvez pela proximidade do litoral. Nilo Peçanha, Grapiúna e Itaperoá são as mais importantes à beira da rodovia.
De vez em quando eu parava para experimentar alguma fruta diferente. Neste dia foi a vez do cacau e do dendê. Não gostei do cacau ! O pior de tudo é que eu primeiro comia a fruta e depois perguntava o que era. Existe também em abundancia, locais onde se vende polpa de frutas típicas, caldo-de-cana (um copo enorme por R$ 0,50 !) e côco gelado à R$ 0,60 (isso mesmo, você leu certo, R$ 0,60). Eu era obrigado a ficar só olhando pois não tinha dinheiro para essas “exorbitâncias”.
Não sei porque, mas simpatizei com Valença mesmo antes de conhecê-la (como já disse, não sei porque).
Cheguei lá por volta de 17:40 hs indo direto à prefeitura. Encontrei-a fechada, apenas com um soldado da PM na guarda. Aproveitei e pedi para que me indicasse onde ficava o quartel. Era ali perto, cheguei e fui atendido pelo Sgto. Ademir. Primeiro ele torceu o nariz dizendo que seria muito difícil, mas após uma conversa com algum superior voltou à mim dizendo que conseguira apenas a “dormida”, comida não tinha.
Fui levado aos meus “aposentos”, tomei um banho frio e sai logo em seguida atrás de comida (aliás eu só pensava naquilo !). Resolvi fazer uma “exorbitância” comprando uma lazanha fornecida em um marmitex, mais dois pãezinhos de goiaba e voltei ao quartel (agora dá licença que eu vou é comer !) e boa noite !
Ficha Técnica
Velocidade média: 23,10 km/h
Velocidade máxima: 63,20 km/h
Percurso total: 94,60 km/h
Tempo de percurso: 4,10 hs
Depois de uma bela dormida, acordei às 6:30 hs. O Silvano já acordara e preparava o café. Fui até a venda para comprar pão, porém já havia acabado. Voltei e acabamos tomando café com biscoitos que o Silvano trouxe do seu mercadinho. Escrevi um pouco e comecei a me preparar para a saída. Aguardei o Silvano voltar para a foto junto com sua familia. Ele fôra ao seu mercadinho e me trazia dois pacotes de biscoito para viagem (amigo é isso mesmo). Fui embora às 7:53 hs rumo à Valença, distante uns 97 Km. A estrada continuava ainda com trechos de serra, um sobe e desce danado !
O primeiro lugar à visitar seria Acaraí, pequeno povoado onde existe uma bela cachoeira e um rio onde as mulheres lavam suas roupas. Tirei uma foto http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254049404972 , descansei um pouco e fui embora. Passei pelo centro de Camumú, parando apenas para dar uma olhadinha no cais de onde partem várias embarcações com destino às praias. Eu já estava próximo ao litoral, que saudades de uma bela praia !
Segui viagem rumo à Valença. Que estrada! Apesar de muito bonita, é deserta, não há postos de gasolina e nem povoados numa distancia de 20/30 Km. Ao chegar mais à frente havia uma grande cachoeira porém distante 2,5 km da rodovia. Fazia muito calor (prá variar né) e eu não resisti. Peguei a estradinha à esquerda e descobri que tinha errado o caminho. Tive que atravessar o rio com a bike nas costas. A estradinha de terra batida me fazia matar saudades do montain bike, outro esporte que adoro.
A cachoeira era realmente lindíssima. Enorme, devia ter uns 40 metros de altura e com grande volume de água. Quase não deu para fotografá-la inteira http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254049413295 . Fiquei alí admirando aquela beleza toda e pensando como seria bom se estivesse ali ao lado da minha querida Teté. Sempre penso nela quando chego num lugar assim. Dá uma saudade, mas fazer o que né... tenho que seguir em frente !
Uns 4 km a frente estava Itubirá, uma simpática cidadezinha onde almocei ao ar livre e ao som da rádio local que divulgava todas as noticias da cidade, inclusive anúncios de compra e venda (interessante !).
Após algum descanso parti com destino à Valença, já sabendo que me faltavam 48 Km à percorrer. Neste trecho da estrada existem uma infinidade de povoados e cidadezinhas, bem ao contrário do percurso feito pela manhã, talvez pela proximidade do litoral. Nilo Peçanha, Grapiúna e Itaperoá são as mais importantes à beira da rodovia.
De vez em quando eu parava para experimentar alguma fruta diferente. Neste dia foi a vez do cacau e do dendê. Não gostei do cacau ! O pior de tudo é que eu primeiro comia a fruta e depois perguntava o que era. Existe também em abundancia, locais onde se vende polpa de frutas típicas, caldo-de-cana (um copo enorme por R$ 0,50 !) e côco gelado à R$ 0,60 (isso mesmo, você leu certo, R$ 0,60). Eu era obrigado a ficar só olhando pois não tinha dinheiro para essas “exorbitâncias”.
Não sei porque, mas simpatizei com Valença mesmo antes de conhecê-la (como já disse, não sei porque).
Cheguei lá por volta de 17:40 hs indo direto à prefeitura. Encontrei-a fechada, apenas com um soldado da PM na guarda. Aproveitei e pedi para que me indicasse onde ficava o quartel. Era ali perto, cheguei e fui atendido pelo Sgto. Ademir. Primeiro ele torceu o nariz dizendo que seria muito difícil, mas após uma conversa com algum superior voltou à mim dizendo que conseguira apenas a “dormida”, comida não tinha.
Fui levado aos meus “aposentos”, tomei um banho frio e sai logo em seguida atrás de comida (aliás eu só pensava naquilo !). Resolvi fazer uma “exorbitância” comprando uma lazanha fornecida em um marmitex, mais dois pãezinhos de goiaba e voltei ao quartel (agora dá licença que eu vou é comer !) e boa noite !
Ficha Técnica
Velocidade média: 23,10 km/h
Velocidade máxima: 63,20 km/h
Percurso total: 94,60 km/h
Tempo de percurso: 4,10 hs
22º Dia
22º Dia
Desta vez acordei cedo mesmo, às 5:15 hs eu já estava de pé e começava a me preparar. A padaria abrira cedo e então pude tomar meu café da manhã com 3 pãezinhos e margarina “roubada” do quartel. Esperei o Sgto. Ademir voltar para me despedir e caí na estrada.
Eu estava louco para chegar à Salvador e talvez por isso nem senti o tempo passar, a estrada também ficara deserta outra vez com poucos lugares para parar. Assim, quando notei eu já havia pedalado 48 km passando direto por Nazaré. Parei apenas para fotografar uma feira de gado. Achei interessante pois parecia um feirão de automóveis, os interessados vão chegando e fazendo os negócios ali mesmo.
Cidades à beira da rodovia mesmo não havia, somente trevos que dão acesso à cidades como Salinas, São Roque, Maragojipe e Aratibe. Procurava um lugar para almoçar mas não achava e resolvi fazer um lanchinho à beira da rodovia. Neste intervalo acabei conhecendo o segundo biker nesta viagem. Era um alemão chamado Hubert (acho que era esse o nome) http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254049885214 . O cara viajava dando a volta ao mundo. Pelo que deu para entender ele já viajara 14.000 km (putz !). A diferença entre o esquema do Hubert e o meu nem era pequena. Ele tinha apenas uma Kombi onde vinham, um fotógrafo e um cinegrafista registrando sua viagem. Só enquanto estive ao lado dele “conversando” (ou pelo menos tentando) o fotógrafo bateu umas 20 fotos nossas. Aproveitei e dei minha câmera ao fotógrafo, ele bateu umas 4 fotos. Havia ainda outro carro de apoio (tipo van) pilotado por uma alemãzinha que infelizmente não entendi o nome, havia outro rapaz, também alemão, que fazia a assintência mecânica (chique né !) Dentro da van havia todo tipo de ferramentas e peças de reposição prá bike (aliás, que bike !) Uma speed do tipo das que se usam em triatlo, fibra de carbono, pneus tubulares. O peso ? Uns 5 ou 6 kg, quase igual a minha, que com a bagagem pesava 31 kg. Ao encostar na van dirigida pela... sei lá, pela alemãzinha, ela perguntou se eu queria água gelada. É lógico que eu queria, afinal tava um puta calor e água gelada ali era mais valiosa que ouro. Dei minha caramanhola ao rapaz que a devolveu cheinha e geladinha. Ao beber, uma bela surpresa, ao invés de água ele havia enchido a garrafa com um delicioso isotônico, sabor limão (deu vontade de beber tudo mas me controlei).
Todo esse encontro foi feito em cima das bikes, não paramos de pedalar um minuto sequer até nos despedirmos. Quando percebi, tinhamos pedalado juntos uns 20 Km. Eu praticamente estava em Bom Despacho de onde pegaria o ferry-boat em direção à Salvador.
Parei logo depois para fotografar o meu reencontro com o mar http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254049890706 . Que saudades, foi na praia de Paratinga, já no município de Barra Grande. Bati a foto com a cidade de Salvador já ao fundo. Alguns quilômetros à frente parei em Barra Grande para almoçar no Restaurante Talismã, pertencente ao Shell, um baiano muito legal com quem fiz amizade. Fui muito bem atendido e até tomei uma água de côco por conta da casa. Vale a pena conhecer , é muito agrádavel.
Ali mesmo conheci também o Isaac, gente finíssima e muito conhecido no local. Batemos muito papo e ele foi me dando as dicas do local, inclusive foi ele que me informou que eu já estava em Itaparica (eu nem sabia).
Já era tarde quando sai de Barra Grande. Precisava ir embora, mas antes de sair ainda deu para tirar uma foto com o pessoal http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254049897561 . Eu, o Shell e sua esposa, a Ratinha e o Isaac, ah! e a bike é claro ! Fui convidado à passar na volta por ali pois o Shell me garantiu hospedagem afim de me mostrar os locais mais curtidos por ali. Vou voltar sem dúvida !
Após 15 Km por uma bela estrada, eu chegava finalmente ao ferry-boat. Fiquei louco com o preço da travessia, R$ 3,30 por uma bike enquanto um carro paga R$ 11,00 (pega ladrão). Embarquei e não demorou muito para encostar alguém curioso. Ficaria conhecendo ali o Max e o Alemão. Os dois vendem artesanato sendo que o Alemão é paulista e o Max já havia morado em Santos. Conversamos o tempo todo da travessia. Acabei ganhando um duende do Max (dizia ele que era para proteger) e um... sei lá, esqueci o nome, que era prá dar de presente a Sthefanie. Eles me indicaram o melhor caminho a seguir em direção ao quartel onde eu tentaria a famosa “dormida”. Cheguei direitinho só que tive que voltar todo o trajeto, pois teria que procurar o quartel da PM, no Largo dos Aflitos.
Cheguei ao quartel por volta de 17:30 hs e mais um problema, não era permitida a entrada de bermudas. Tive que aguardar um bom tempo até que alguém das Relações Públicas viesse me atender na porta. Finalmente fui levado à presença do Capitão Amorim. Enquanto conversávamos houve uma ligação do Jornal A Tarde (o maior da região). O Capitão pediu à secretária que anunciasse minha presença ali e assim fui convidado a fazer uma reportagem na manhã seguinte. Depois de tomar um banho recebi uma bandeja com frutas e leite para matar a fome. O rango já havia terminado. Sai para ir ao banco confirmar o depósito por parte da Gelinho. Conforme fôra combinado com o Israel, ele depositaria R$ 150,00. O pagamento agora seria semanal. O Israel explicou que assumira o comando da Gelinho no começo do mês e não sabia nada sobre o patrocinio. Agora está tudo em ordem.
Tentei ainda ligar para a Cintia, prá avisá-la sobre a camisa que deixara prá ela com meu irmão, e também para que pegasse junto com sua camisa a da Carolina e o dinheiro do Betinho (que já devia estar muito puto!). Não foi minha culpa cara, desculpe ! Eu tentei falar com a Dani (não estava) e com meu irmão (nem liguei pois era quarta-feira, dia do futebol dele). Então liguei para minha ex-mulher para saber se havia recebido o dinheiro e acabei tendo a pior notícia do dia, a Teté estava internada com princípio de pneumonia (tinha que acontecer logo agora ?) . Fiquei caidão pois sempre estive ao lado dela todas as vêzes em que fôra internada. Agora eu nada podia fazer, tô muito longe e com muita saudade. Força filhinha !
Depois dessa só indo dormir !
Ficha Técnica
Velocidade média: 18,90 km/h
Velocidade máxima: 49,70 km/h
Percurso total: 114,74 km/h
Tempo de percurso: 6:10 hs
Desta vez acordei cedo mesmo, às 5:15 hs eu já estava de pé e começava a me preparar. A padaria abrira cedo e então pude tomar meu café da manhã com 3 pãezinhos e margarina “roubada” do quartel. Esperei o Sgto. Ademir voltar para me despedir e caí na estrada.
Eu estava louco para chegar à Salvador e talvez por isso nem senti o tempo passar, a estrada também ficara deserta outra vez com poucos lugares para parar. Assim, quando notei eu já havia pedalado 48 km passando direto por Nazaré. Parei apenas para fotografar uma feira de gado. Achei interessante pois parecia um feirão de automóveis, os interessados vão chegando e fazendo os negócios ali mesmo.
Cidades à beira da rodovia mesmo não havia, somente trevos que dão acesso à cidades como Salinas, São Roque, Maragojipe e Aratibe. Procurava um lugar para almoçar mas não achava e resolvi fazer um lanchinho à beira da rodovia. Neste intervalo acabei conhecendo o segundo biker nesta viagem. Era um alemão chamado Hubert (acho que era esse o nome) http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254049885214 . O cara viajava dando a volta ao mundo. Pelo que deu para entender ele já viajara 14.000 km (putz !). A diferença entre o esquema do Hubert e o meu nem era pequena. Ele tinha apenas uma Kombi onde vinham, um fotógrafo e um cinegrafista registrando sua viagem. Só enquanto estive ao lado dele “conversando” (ou pelo menos tentando) o fotógrafo bateu umas 20 fotos nossas. Aproveitei e dei minha câmera ao fotógrafo, ele bateu umas 4 fotos. Havia ainda outro carro de apoio (tipo van) pilotado por uma alemãzinha que infelizmente não entendi o nome, havia outro rapaz, também alemão, que fazia a assintência mecânica (chique né !) Dentro da van havia todo tipo de ferramentas e peças de reposição prá bike (aliás, que bike !) Uma speed do tipo das que se usam em triatlo, fibra de carbono, pneus tubulares. O peso ? Uns 5 ou 6 kg, quase igual a minha, que com a bagagem pesava 31 kg. Ao encostar na van dirigida pela... sei lá, pela alemãzinha, ela perguntou se eu queria água gelada. É lógico que eu queria, afinal tava um puta calor e água gelada ali era mais valiosa que ouro. Dei minha caramanhola ao rapaz que a devolveu cheinha e geladinha. Ao beber, uma bela surpresa, ao invés de água ele havia enchido a garrafa com um delicioso isotônico, sabor limão (deu vontade de beber tudo mas me controlei).
Todo esse encontro foi feito em cima das bikes, não paramos de pedalar um minuto sequer até nos despedirmos. Quando percebi, tinhamos pedalado juntos uns 20 Km. Eu praticamente estava em Bom Despacho de onde pegaria o ferry-boat em direção à Salvador.
Parei logo depois para fotografar o meu reencontro com o mar http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254049890706 . Que saudades, foi na praia de Paratinga, já no município de Barra Grande. Bati a foto com a cidade de Salvador já ao fundo. Alguns quilômetros à frente parei em Barra Grande para almoçar no Restaurante Talismã, pertencente ao Shell, um baiano muito legal com quem fiz amizade. Fui muito bem atendido e até tomei uma água de côco por conta da casa. Vale a pena conhecer , é muito agrádavel.
Ali mesmo conheci também o Isaac, gente finíssima e muito conhecido no local. Batemos muito papo e ele foi me dando as dicas do local, inclusive foi ele que me informou que eu já estava em Itaparica (eu nem sabia).
Já era tarde quando sai de Barra Grande. Precisava ir embora, mas antes de sair ainda deu para tirar uma foto com o pessoal http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254049897561 . Eu, o Shell e sua esposa, a Ratinha e o Isaac, ah! e a bike é claro ! Fui convidado à passar na volta por ali pois o Shell me garantiu hospedagem afim de me mostrar os locais mais curtidos por ali. Vou voltar sem dúvida !
Após 15 Km por uma bela estrada, eu chegava finalmente ao ferry-boat. Fiquei louco com o preço da travessia, R$ 3,30 por uma bike enquanto um carro paga R$ 11,00 (pega ladrão). Embarquei e não demorou muito para encostar alguém curioso. Ficaria conhecendo ali o Max e o Alemão. Os dois vendem artesanato sendo que o Alemão é paulista e o Max já havia morado em Santos. Conversamos o tempo todo da travessia. Acabei ganhando um duende do Max (dizia ele que era para proteger) e um... sei lá, esqueci o nome, que era prá dar de presente a Sthefanie. Eles me indicaram o melhor caminho a seguir em direção ao quartel onde eu tentaria a famosa “dormida”. Cheguei direitinho só que tive que voltar todo o trajeto, pois teria que procurar o quartel da PM, no Largo dos Aflitos.
Cheguei ao quartel por volta de 17:30 hs e mais um problema, não era permitida a entrada de bermudas. Tive que aguardar um bom tempo até que alguém das Relações Públicas viesse me atender na porta. Finalmente fui levado à presença do Capitão Amorim. Enquanto conversávamos houve uma ligação do Jornal A Tarde (o maior da região). O Capitão pediu à secretária que anunciasse minha presença ali e assim fui convidado a fazer uma reportagem na manhã seguinte. Depois de tomar um banho recebi uma bandeja com frutas e leite para matar a fome. O rango já havia terminado. Sai para ir ao banco confirmar o depósito por parte da Gelinho. Conforme fôra combinado com o Israel, ele depositaria R$ 150,00. O pagamento agora seria semanal. O Israel explicou que assumira o comando da Gelinho no começo do mês e não sabia nada sobre o patrocinio. Agora está tudo em ordem.
Tentei ainda ligar para a Cintia, prá avisá-la sobre a camisa que deixara prá ela com meu irmão, e também para que pegasse junto com sua camisa a da Carolina e o dinheiro do Betinho (que já devia estar muito puto!). Não foi minha culpa cara, desculpe ! Eu tentei falar com a Dani (não estava) e com meu irmão (nem liguei pois era quarta-feira, dia do futebol dele). Então liguei para minha ex-mulher para saber se havia recebido o dinheiro e acabei tendo a pior notícia do dia, a Teté estava internada com princípio de pneumonia (tinha que acontecer logo agora ?) . Fiquei caidão pois sempre estive ao lado dela todas as vêzes em que fôra internada. Agora eu nada podia fazer, tô muito longe e com muita saudade. Força filhinha !
Depois dessa só indo dormir !
Ficha Técnica
Velocidade média: 18,90 km/h
Velocidade máxima: 49,70 km/h
Percurso total: 114,74 km/h
Tempo de percurso: 6:10 hs
23º Dia
23º Dia
O dia prometia ser meio difícil pois além de ter que atravessar a zona urbana de Salvador eu ainda teria que ir até a redação do jornal A Tarde conforme o combinado. Acordei às 5:20 hs e não demorei mais que meia hora para me aprontar. Não havia muitas despedidas, portanto acabei saindo cedo do quartel. Tomei o caminho indicado seguindo pela orla marítima até chegar ao Farol da Barra. No caminho acabei passando em frente ao Hotel Solar da Barra onde em 1986 eu deveria ter passado minha lua-de-mel, “teria”, porque ao chegar tivemos uma puta decepção. O hotel não era nada daquilo que estava nos folhetos de propaganda. Aliás essa foi apenas a primeira decepção que tivemos, pois além disso ainda acabamos pegando chuva o tempo todo que estivemos em Salvador. Tirei uma foto do hotel apenas para registro e fui embora, ladeira abaixo.
Enquanto pedalava em direção ao farol ia passando por dezenas de atletas matinais fazendo seu “treininho”.
Cheguei ao Farol e enquanto me preparava para bater a foto da bike conheci o Spanguel, um biker de Ilhéus que estava ali de férias. Conversamos bastante e ele acabou me convidando a visitar Ilhéus na volta. Deu o endereço da Bike Show, uma loja de bicicletas pertencente ao Paulinho, dizendo para procurá-lo quando chegasse. Eu teria garantida uma revisão completa na bike (pena já ter passado por lá). O Spanguel tirou uma foto minha e foi embora http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254050143917 .
No caminho eu tentaria achar uma bicicletaria autorizada Caloi na tentativa de consertar a bike na garantia, não achei nenhuma.
Ao chegar ao jornal A Tarde fui barrado na portaria por estar de bermudas. Por não ter nenhuma calça para vestir fui embora (dane-se a reportagem).
Até chegar à Linha Verde foram 88 Km cansativos, pedalando em zona urbana e depois numa rodovia muito parecida com a Av. Brasil (ou seja, uma merda !). Em compensação a Linha Verde é uma verdadeira maravilha, linda mesmo http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254050155671. Passa-se em praias maravilhosas neste percurso. Pode-se destacar a praia do Forte, Itacimirim e principalmente Porto de Sauípe onde pernoitei. O local é paradisíaco. Cheguei lá após 128,50 km de pedalada e já ao final da tarde, valeu a pena! É apenas um povoado com asfalto somente na rua principal, mas muito bonito. A paisagem é tipicamente nordestina com muitos coqueiros, quiosques à beira-mar, e no centrinho, muitos barzinhos, legal mesmo ! Nos finais de semana deve ser uma agito. A praia é maravilhosa, você anda na beira d'água e parece estar dentro de um aquário, pois em alguns trechos o solo é coberto com aquelas pedrinhas redondas. Ah, prá quem pega onda, pode vir preparado que aqui tem !
Na minha chegada à Porto de Sauípe procurei pela administração local (não tinha) O local é cuidado por dois soldados (João e Raimundo) e um cabo que havia viajado. Por causa da ausência do cabo tive que procurar pela Gorete que é dona do melhor hotel dali e também responsável pelo povoado (uma espécie de prefeita).
Fui procurá-la e após expôr o caso ela mandou uma recomendação ao Raimundo para que me instalasse na delegacia. Era um lugar simples mas muito confortável, bem cuidado por uma garota chamada Neide. Ela é quem cuida da delegacia e cozinha para os soldados. Como não havia comida feita, resolvi por a mão na massa. Fui ao mercadinho e comprei macarrão, molho, cebola, tomate e queijo ralado. Fui para a cozinha, preparei “aquela” macarronada que só eu sei fazer (e só eu consigo comer). Jantei na mesma hora e voltei a jantar de madrugada. Matei o desejo. Às 20:30 hs como havia combinado, fui telefonar para minha ex-mulher, para saber sobre a grana e principalmente sobre a Sthefanie. Soube que ela estava melhor e que talvez tivesse alta no dia seguinte. Tentei outra vez ligar para a Dani e outra vez não havia ninguém (onde andarás ?)
Voltei para casa e dormi.
Ficha Técnica
Velocidade média: 18,10 km/h
Velocidade máxima: 43,10 km/h
Percurso total: 128,50 km/h
Tempo de percurso: 7:10 hs
O dia prometia ser meio difícil pois além de ter que atravessar a zona urbana de Salvador eu ainda teria que ir até a redação do jornal A Tarde conforme o combinado. Acordei às 5:20 hs e não demorei mais que meia hora para me aprontar. Não havia muitas despedidas, portanto acabei saindo cedo do quartel. Tomei o caminho indicado seguindo pela orla marítima até chegar ao Farol da Barra. No caminho acabei passando em frente ao Hotel Solar da Barra onde em 1986 eu deveria ter passado minha lua-de-mel, “teria”, porque ao chegar tivemos uma puta decepção. O hotel não era nada daquilo que estava nos folhetos de propaganda. Aliás essa foi apenas a primeira decepção que tivemos, pois além disso ainda acabamos pegando chuva o tempo todo que estivemos em Salvador. Tirei uma foto do hotel apenas para registro e fui embora, ladeira abaixo.
Enquanto pedalava em direção ao farol ia passando por dezenas de atletas matinais fazendo seu “treininho”.
Cheguei ao Farol e enquanto me preparava para bater a foto da bike conheci o Spanguel, um biker de Ilhéus que estava ali de férias. Conversamos bastante e ele acabou me convidando a visitar Ilhéus na volta. Deu o endereço da Bike Show, uma loja de bicicletas pertencente ao Paulinho, dizendo para procurá-lo quando chegasse. Eu teria garantida uma revisão completa na bike (pena já ter passado por lá). O Spanguel tirou uma foto minha e foi embora http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254050143917 .
No caminho eu tentaria achar uma bicicletaria autorizada Caloi na tentativa de consertar a bike na garantia, não achei nenhuma.
Ao chegar ao jornal A Tarde fui barrado na portaria por estar de bermudas. Por não ter nenhuma calça para vestir fui embora (dane-se a reportagem).
Até chegar à Linha Verde foram 88 Km cansativos, pedalando em zona urbana e depois numa rodovia muito parecida com a Av. Brasil (ou seja, uma merda !). Em compensação a Linha Verde é uma verdadeira maravilha, linda mesmo http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=10932769780593617800&pid=1254052023915&aid=1253979376$pid=1254050155671. Passa-se em praias maravilhosas neste percurso. Pode-se destacar a praia do Forte, Itacimirim e principalmente Porto de Sauípe onde pernoitei. O local é paradisíaco. Cheguei lá após 128,50 km de pedalada e já ao final da tarde, valeu a pena! É apenas um povoado com asfalto somente na rua principal, mas muito bonito. A paisagem é tipicamente nordestina com muitos coqueiros, quiosques à beira-mar, e no centrinho, muitos barzinhos, legal mesmo ! Nos finais de semana deve ser uma agito. A praia é maravilhosa, você anda na beira d'água e parece estar dentro de um aquário, pois em alguns trechos o solo é coberto com aquelas pedrinhas redondas. Ah, prá quem pega onda, pode vir preparado que aqui tem !
Na minha chegada à Porto de Sauípe procurei pela administração local (não tinha) O local é cuidado por dois soldados (João e Raimundo) e um cabo que havia viajado. Por causa da ausência do cabo tive que procurar pela Gorete que é dona do melhor hotel dali e também responsável pelo povoado (uma espécie de prefeita).
Fui procurá-la e após expôr o caso ela mandou uma recomendação ao Raimundo para que me instalasse na delegacia. Era um lugar simples mas muito confortável, bem cuidado por uma garota chamada Neide. Ela é quem cuida da delegacia e cozinha para os soldados. Como não havia comida feita, resolvi por a mão na massa. Fui ao mercadinho e comprei macarrão, molho, cebola, tomate e queijo ralado. Fui para a cozinha, preparei “aquela” macarronada que só eu sei fazer (e só eu consigo comer). Jantei na mesma hora e voltei a jantar de madrugada. Matei o desejo. Às 20:30 hs como havia combinado, fui telefonar para minha ex-mulher, para saber sobre a grana e principalmente sobre a Sthefanie. Soube que ela estava melhor e que talvez tivesse alta no dia seguinte. Tentei outra vez ligar para a Dani e outra vez não havia ninguém (onde andarás ?)
Voltei para casa e dormi.
Ficha Técnica
Velocidade média: 18,10 km/h
Velocidade máxima: 43,10 km/h
Percurso total: 128,50 km/h
Tempo de percurso: 7:10 hs
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